A Monalisa pintada por Leonardo da Vinci (1452-1519) no início do século XVI, talvez a obra de arte mais conhecida da história, tem recebido tratamento equivalente ao de uma popstar e como tal, excursionou, embora para poucos lugares, entre os quais se destacam as cidades de Washington D.C. (Distrito de Columbia, em homenagem a Colombo, descobridor da América) e Nova Iorque, ambas nos Estados Unidos. Na capital estadunidense, a Monalisa foi recebida praticamente com honras de chefe de Estado e por isso, na foto acima, tirada no início de 1963 na Galeria Nacional de Washington, a presença do presidente da república era quase obrigatória. Então, vamos nomear as figuras que aparecem nessa mesma foto, da direita para a esquerda, começando com o vice-presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson; a primeira-dama, Jackie Kennedy; o Ministro da Cultura da França, André Malraux; sua esposa Madeleine e o então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy. O quadro foi emprestado pelo governo francês como uma espécie de cortesia. Na exibição em Nova Iorque, aproximadamente 1,7 milhão de pessoas compareceram ao Museu Metropolitano para, pelo tempo máximo de 20 segundos, contemplar o retrato renascentista de perto.
Além dessas cidades, a obra de Leonardo esteve exposta em Tóquio e em Moscou, no ano de 1974. Na capital da antiga União Soviética (hoje Moscou é a capital da Rússia, a maior das ex-repúblicas soviéticas), o retrato foi exibido no conhecido Museu Pushkin (na foto acima, a Monalisa sendo apresentada pela historiadora de arte Irina Antonova).
Poucos, no entanto, sabem que a Galeria Nacional de Washington tem, em seu acervo permanente, a única obra de Leonardo da Vinci no continente americano e que também é de um rosto feminino: o retrato de Ginevra Benci. Para este que vos escreve e que já teve a oportunidade de contemplar as duas obras de perto, esta última não fica muito a dever à obra do Museu do Louvre em Paris. Já existiu até a hipótese de se tratarem do mesmo rosto feminino, tese hoje completamente descartada.
Os mistérios a respeito da identidade verdadeira da Monalisa (imagem acima) servem apenas para alimentar a curiosidade das pessoas e manter de forma permanente a presença desse quadro na mídia e nos olhos do grande público, mesmo entre aqueles que não cultivam tanto o gosto pela arte...
Crédito das imagens:
Monalisa em Washington: Wikipédia
Monalisa em Moscou: https://www.apollo-magazine.com/irina-antonova-1922-2020/