Caro leitor, eis mais um produto que as guerras ajudaram a aperfeiçoar para o uso em nosso cotidiano. Mas, neste caso específico, o mesmo já era comercializado antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). De acordo com o escritor Marcelo Duarte em seu "O Livro das Invenções" (Cia. das Letras, 1997) tudo começou com uma jovem "dona de casa" (termo um tanto quanto fora de moda, mas enfim) Josephine Dickson, que dava os seus primeiros passos como "rainha do lar" (outro termo que hoje não é muito apropriado) e que vivia machucando as mãos com cortes ou queimaduras. Coincidentemente, o seu marido Earle Dickson trabalhava na maior fabricante de curativos cirúrgicos dos Estados Unidos, a conhecida multinacional Johnson & Johnson.
O esposo de Josephine sabia mais do que ninguém como fazer curativos. O problema era quando ele não se encontrasse em casa para socorre-la, caso se machucasse. Foi então que Dickson teve a ideia de deixar curativos prontos para Josephine utiliza-los. Para isso, o prestativo esposo fez várias combinações tentando juntar a gaze com o esparadrapo, a fim de que sua esposa pudesse colocar o curativo com apenas uma das mãos. Primeiro ele esticou um pedaço de esparadrapo sobre a superfície da mesa deixando o lado adesivo para cima, dobrando em seguida um pequeno pedaço da gaze e colocando-o bem no meio do esparadrapo. O problema era deixar o esparadrapo aberto por muito tempo, pois a superfície adesiva poderia secar. Dickson testou vários tecidos para recobrir a fita adesiva e acabou encontrando a crinolina, parecido com o cetim e que se adaptou muito bem. Para utilizar o curativo bastava Josephine remover a crinolina e cobrir o corte.
Earle Dickson (foto acima) apresentou a ideia aos executivos da companhia e estava lançado o curativo de primeiros socorros Band-Aid. Até 1920 o produto era comercializado sem esse nome. W. Jonhson Kenyon, superintendente da já citada indústria, sugeriu o nome bandaid, da junção de band (faixa) e aid (socorro ou ajuda). Aliás, Dickson progrediu na empresa e chegou a vice-presidente, cargo que ocupava quando se aposentou em 1957. Em 1933, a Johnson & Johnson veio para o Brasil trazendo o curativo Band-Aid e o Band-Aid líquido, vendidos inicialmente para hospitais. Em 1947, portanto logo após à Segunda Guerra onde foi utilizado em larga escala, o produto foi lançado para vendas diretas ao consumidor. O nome band-aid passou a ser referência para qualquer tipo de curativo, da mesma forma que aconteceu com outras marcas como Gillette, Xerox e Jeep. Em outros lugares, esse mesmo tipo de curativo é conhecido como emplastro.
O Anuncio Antigo de hoje foi publicado na revista "O Cruzeiro" de 11 de outubro de 1958, página 10. Ah, por razões técnicas tive de fazer um corte no chuveiro que estava na parte superior do anúncio. Isso porque o Band-Aid, entre outras qualidades "não solta n'água"...
Foto de Earl Dickson:
https://www.kilmerhouse.com/2008/09/how-to-use-a-band-aid-brand-adhesive-bandage
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