sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Revista Leituras da História: colonos americanos na Amazônia



Caro (a) leitor (a), é com enorme satisfação que informamos que já se encontra nas bancas e grandes livrarias, a edição 116 (de agosto) da revista Leituras da História (editora Escala) com a matéria de capa assinada por nós: Colonos Americanos. Na mesma narramos a trajetória dos confederados que se estabeleceram na Amazônia, mais precisamente no município de Santarém no estado do Pará em 1867, logo após o final da Guerra de Secessão (1861-1865) nos Estados Unidos. Trata-se de um fato pouco conhecido por nós brasileiros e até mesmo na própria história norte-americana. Os sulistas confederados (após terem sido derrotados no conflito com os ianques do norte na guera civil) pretendiam estabelecer em plena Amazônia uma colônia nos mesmos moldes do estilo de vida rural característico do sul dos Estados Unidos. Os norte-americanos já tinham algumas informações sobre o vale do rio Amazonas por meio de viajantes e exploradores que estiveram na região e inclusive comercializavam os produtos da floresta amazônica, entre eles a castanha-do-pará, a borracha e a tapioca. Na época o governo norte-americano pleiteava a livre navegação na bacia amazônica como forma de ter acesso à região, tida como rica e com grande potencial econômico. 


Embora não tivesse os mesmos resultados positivos das outras colonias confederadas estabelecidas no interior de São Paulo, como Santa Bárbara D'Oeste e Americana, a presença desses colonos deixou marcas em Santarém, como por exemplo nos estabelecimentos comerciais e até mesmo nas pequenas oficinas de construção de barcos. Descendentes desses colonos tiveram papel importante na implantação da Fordlandia na década de 1930, projeto concebido pelo industrial do ramo automobilístico Henry Ford para a produção de borracha às margens do rio Tapajós, nas proximidades de Santarém. 


Aliás, familiares desses confederados vivem na cidade até hoje, motivo que levou a historiadora Norma Guilhon a pesquisar a origem de tantos sobrenomes estrangeiros ao visitar o município no início da década de 1970 (ela era esposa do então governador Fernando José de Leão Guilhon). Por meio de seus levantamentos surgiu o estudo mais importante sobre esse episódio, "Os Confederados de Santarém" publicado em 1979. 
Chamo a atenção também para as demais matérias publicadas nessa edição da Leituras da História, com temas de grande interesse para o público em geral e também para os historiadores, inclusive um encarte sobre a situação na Síria e os antecedentes da terrível guerra, o qual pode ser de bom uso em sala de aula pelos professores da área (história, geografia, sociologia entre outras disciplinas).
É isso aí...

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