sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Imagens Históricas 36: João Goulart e Juscelino Kubitschek



A Imagem Histórica de hoje é um aperitivo para a postagem sobre Juscelino Kubitschek (JK), que virá neste mês de novembro. Trata-se da cerimônia de posse do presidente Juscelino e do seu vice João Goulart (Jango), ocorrida no dia 31 de janeiro de 1956 (na foto acima, Jango e JK, da esquerda para a direita). Trata-se da última posse de um presidente brasileiro, realizada na antiga capital da República, a cidade do Rio de Janeiro, tendo o Palácio do Catete como sede do Poder Executivo. Sim, porque em 21 de abril de 1960 Juscelino entregou para o país a nova capital, a cidade de Brasília, construída a toque de caixa em pouco mais de três anos. Com Juscelino Kubitschek, tivemos o momento mais importante da aliança entre o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), dos quais faziam parte Juscelino e Goulart, respectivamente. As agremiações se constituíam em herança direta deixada por Getúlio Vargas, sob cujos auspícios os dois partidos foram criados, no último ano da ditadura varguista (Estado Novo), em 1945. Uma curiosidade a respeito das eleições presidenciais que eram realizadas até 1964, é a de que a escolha do presidente era independente da escolha do vice, ou seja, poderia ser eleito o candidato presidencial de uma chapa e o vice de outra. No caso em questão, isso não ocorreu, porém João Goulart foi escolhido vice com 3 600 000 votos, enquanto Juscelino Kubitschek obteve 3 077 411 votos, ou seja, o vice teve uma votação maior do que o próprio candidato a presidente. 
Juscelino Kubitschek teve que brigar muito para pode consolidar a sua candidatura, num momento em que o Brasil ainda estava abalado pelo suicídio de Getúlio Vargas, ocorrido em 24 de agosto de 1954. Por ser muito identificado com o falecido presidente, JK sofreu a oposição ao seu nome por parte dos setores anti-getulistas, sobretudo da União Democrática Nacional (UDN) e de alguns comandantes das Forças Armadas, além do próprio presidente em exercício, Café Filho. Estes desejavam o adiamento das eleições ou a escolha de um candidato único de consenso, a fim de pacificar o país, o que excluiria JK. O legado do getulismo tornava qualquer candidato vinculado ao mesmo favorito a vencer em 1955 e esse era o caso de Juscelino. Depois de muitas conversas, "costuras políticas", com respaldo do empresariado (encantado com o estilo "tocador de obras" de JK) e do movimento trabalhista vinculado ao PTB, a candidatura JK foi estabelecida. Nas eleições de 3 de outubro de 1955, Juscelino Kubitschek saiu vitorioso, derrotando o seu principal rival, o general Juarez Távora da UDN. 
Para saber mais a respeito de como foi o governo JK e sobre sua vida, aguarde em novembro a postagem "Juscelino Kubitschek: o presidente Bossa Nova" no blog História Mundi. 
Crédito da imagem:
http://www.memorialjk.com.br/pt/?page_id=40

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