Duas crianças que tiveram os seus destinos profundamente influenciados por um dos grandes acontecimentos da história da humanidade: a Revolução Francesa. Do lado direito temos o duque de Berry, que depois se tornou o rei Luís XVI. Sim, o monarca que foi guilhotinado na Grande Revolução, no ano de 1793. Ao seu lado, à esquerda, está o irmão, conde de Provence, mais tarde Luís XVIII, que se tornou rei da França após a queda de Napoleão Bonaparte e a restauração da monarquia em 1815. Os dois eram netos do rei Luís XV, portanto legítimos integrantes da Dinastia Bourbon, que governava a França desde o final do século XVI. Outro irmão desses meninos, o conde de Artois, veio também a se tornar rei da França, com o título de Carlos X. O quadro acima é de autoria do pintor François-Hubert Drouais (1727-1775), especialista em retratos durante a fase final do reinado de Luís XV, que durou de 1715 a 1774. O trabalho foi feito em 1757.
O prestígio e a qualidade do trabalho de Drouais o fez tornar-se o retratista da alta aristocracia e dos integrantes da corte de Luís XV, inclusive de uma jovem princesa austríaca recém chegada ao Palácio de Versalhes: Maria Antonieta (acima, retrato de Maria Antonieta com 18 anos, feito por Drouais em 1773). Drouais recebeu os primeiros ensinamentos na arte da pintura com o seu pai Hubert Drouais e mais tarde aprimorou o seu ofício com outros mestres, entre eles Charles-André van Loo, Charles-Joseph Natoire e François Boucher.
Drouais gostava de inserir os seus retratados em paisagens campestres e ficou conhecido entre as grandes damas da época pela riqueza de detalhes que impunha aos vestidos. Por isso, as mesmas recorriam ao que tinham de melhor no guarda-roupa para as poses com o artista, entre elas Madame Pompadour e Madame du Barry, as amantes mais famosas de Luís XV (acima, Luís XV e Madame du Barry, em pinturas de Drouais). Além disso, o artista realçava a beleza e a sensualidade das mulheres agregando à pele das mesmas uma fina e sutil camada de tinta branca, numa época em que ninguém imaginava a invenção da fotografia e muito menos os recursos do atual photoshop. Portanto, ser retratado (a) por François-Hubert Drouais virou uma exigência da moda na alta nobreza francesa de meados do século XVIII. Fica evidente que os trabalhos do artista estavam vinculados à elite do Antigo Regime francês, já em sua fase de declínio.
Para aqueles que imaginam que o quadro que apresentamos mais acima, em nossas Imagens Históricas, seja difícil de se ver ou acessível apenas aos que adentram no Museu do Louvre ou no Palácio de Versalhes, ambos em Paris, uma boa notícia: o mesmo faz parte do acervo permanente do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Aos que residem na cidade de São Paulo, como este que vos escreve, fica bem mais fácil apreciar essa obra de perto e para os demais, recomendo que quando visitarem a capital paulista, não deixarem de ir a esse museu. O acervo do MASP é um dos mais importantes do mundo...
Crédito das imagens:
Quadro com o duque de Berry e o conde de Provence quando crianças: Museu de Arte de São Paulo. Coleção Museus Brasileiros - 3. Rio de Janeiro: Edição Funarte, 1981, página 49.
Retratos de Madame du Barry e Luís XV: Visitar Versailles. Château de Versailles, 2019, páginas 66 e 156 respectivamente.
Retrato de Maria Antonieta: Wikipédia.
O prestígio e a qualidade do trabalho de Drouais o fez tornar-se o retratista da alta aristocracia e dos integrantes da corte de Luís XV, inclusive de uma jovem princesa austríaca recém chegada ao Palácio de Versalhes: Maria Antonieta (acima, retrato de Maria Antonieta com 18 anos, feito por Drouais em 1773). Drouais recebeu os primeiros ensinamentos na arte da pintura com o seu pai Hubert Drouais e mais tarde aprimorou o seu ofício com outros mestres, entre eles Charles-André van Loo, Charles-Joseph Natoire e François Boucher.
Drouais gostava de inserir os seus retratados em paisagens campestres e ficou conhecido entre as grandes damas da época pela riqueza de detalhes que impunha aos vestidos. Por isso, as mesmas recorriam ao que tinham de melhor no guarda-roupa para as poses com o artista, entre elas Madame Pompadour e Madame du Barry, as amantes mais famosas de Luís XV (acima, Luís XV e Madame du Barry, em pinturas de Drouais). Além disso, o artista realçava a beleza e a sensualidade das mulheres agregando à pele das mesmas uma fina e sutil camada de tinta branca, numa época em que ninguém imaginava a invenção da fotografia e muito menos os recursos do atual photoshop. Portanto, ser retratado (a) por François-Hubert Drouais virou uma exigência da moda na alta nobreza francesa de meados do século XVIII. Fica evidente que os trabalhos do artista estavam vinculados à elite do Antigo Regime francês, já em sua fase de declínio.
Para aqueles que imaginam que o quadro que apresentamos mais acima, em nossas Imagens Históricas, seja difícil de se ver ou acessível apenas aos que adentram no Museu do Louvre ou no Palácio de Versalhes, ambos em Paris, uma boa notícia: o mesmo faz parte do acervo permanente do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Aos que residem na cidade de São Paulo, como este que vos escreve, fica bem mais fácil apreciar essa obra de perto e para os demais, recomendo que quando visitarem a capital paulista, não deixarem de ir a esse museu. O acervo do MASP é um dos mais importantes do mundo...
Crédito das imagens:
Quadro com o duque de Berry e o conde de Provence quando crianças: Museu de Arte de São Paulo. Coleção Museus Brasileiros - 3. Rio de Janeiro: Edição Funarte, 1981, página 49.
Retratos de Madame du Barry e Luís XV: Visitar Versailles. Château de Versailles, 2019, páginas 66 e 156 respectivamente.
Retrato de Maria Antonieta: Wikipédia.
Muito obrigado.
ResponderExcluirProf,Jonas além de uma aula de História,essa matéria também é um serviço de utilidade pública, que de uma maneira muito gentil, chama a atenção para que todos nós devemos ir mais vezes ao MASP. Boa noite
Sem dúvida Silvio. Um dos maiores acervos de arte e pintura do mundo. Mais uma vez, obrigado pela leitura...
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