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domingo, 11 de novembro de 2012

Imagens Históricas 12: Abraham Lincoln





O presidente que libertou os escravos nos Estados Unidos em sua primeira foto. Sim, com a vitória do Norte na Guerra Civil Norte-Americana ou Guerra de Secessão (1861-1865), a escravidão foi abolida. Mas, Abraham Lincoln (1809-1865)  utilizou o fim do trabalho escravo como uma arma contra os estados confederados (rebeldes) do Sul, ainda durante a guerra. O Sul dependia dessa mão-de-obra para a produção de algodão em suas grandes fazendas. Foi uma forma de enfraquecer a economia sulista. Essa região ou "Dixieland", como é popularmente chamada na América, apresentava as características típicas das antigas colonias de exploração, com uma economia agrícola voltada para o mercado externo e que tinha a sua base nas grandes propriedades.
Na verdade, uma das soluções defendidas pelo governo norte-americano era o da compra de territórios na África Ocidental para levar os negros, que já estavam libertos, de volta ao seu continente de origem. O presidente James Monroe fez isso em 1819. Aproximadamente 12 mil negros foram enviados para a África até a época da Guerra Civil, pela Sociedade Americana de Colonização, fundada por brancos na Virgínia. Considerava-se que os negros estariam bem em qualquer lugar da África, independentemente de suas origens étnicas. Eis aí, a origem da República da Libéria, cuja capital, Monróvia, é uma referência ao presidente que empreendeu o plano. Abraham Lincoln mostrou-se, também, simpático a essa ideia, chegando a propor a ampliação dessa colonização negra para a América Central e o Caribe.
Vale também lembrar, que a Guerra Civil não seu deu apenas em função do problema do trabalho escravo, onde a ideia inicial era a de manter o equilíbrio entre os Estados escravistas e os não-escravistas, principalmente no Oeste recém-conquistado. As divergências que dividiram os americanos incluiam a questão de uma moeda mais forte ou não (a moeda desvalorizada interessava ao Sul, que vendia o algodão em libras esterlinas), o projeto de um Banco Nacional (que também não era apoiado pelo Sul) e a política protecionista que os industriais do Norte tanto desejavam, e que não era compartilhada pelos sulistas, os quais importavam produtos manufaturados a preços mais baixos, principalmente da Inglaterra. Em resumo, a Guerra Civil Americana foi uma guerra entre os interesses industriais e a  agricultura tradicional.
A eleição de Abraham Lincoln representava o momento em que essas divergências não puderam mais ser conciliadas. Primeiro, por ter sido eleito por um partido que, à época, mostrava-se progressista e defensor dos interesses ligados à emergente burguesia do Norte, o Partido Republicano. Lincoln foi o seu primeiro presidente. Segundo, por ser considerado o exemplo do "self-made man" ou aquele que se fez na vida pelo seu talento e iniciativa, bem diferente dos ideais aristocráticos do Sul. Pelo menos é assim que a historiografia tradicional o trata, embora um bom casamento tenha ajudado a alavancar a sua carreira política.
O cinema cuidou de perpetuar essa imagem do presidente em vários filmes, como por exemplo, "A Mocidade de Lincoln" (1939), do grande diretor John Ford. Contudo, o mesmo Ford já colocou em um de seus personagens cinematográficos uma fala muito famosa, a qual afirma que "quando a lenda se torna fato, publique-se a lenda". Portanto, o diretor não assume maiores responsabilidades com a veracidade dos fatos históricos, pois o importante para ele era: "você gostou do filme?"



Agora, outro grande diretor, Steven Spielberg, irá lançar a sua versão cinematográfica do presidente Lincoln, que  como sabemos, foi assassinado após o final da Guerra Civil, por um sulista rebelde, John Wilkes Booth, em um teatro em Washington. Uma morte trágica torna-se benevolente com os grandes personagens da História, pois acaba por destacar mais as qualidades e esconder possíveis defeitos. A nova versão traz o premiado ator Daniel Day-Lewis (imagem acima) no papel de Lincoln e deve ser lançada nos Estados Unidos agora, no final do ano, e chegar por aqui no início de 2013. Fica a nossa curiosidade de como o personagem será tratado na nova versão.
A Imagem Histórica de hoje (mais acima) é a primeira foto conhecida de Abraham Lincoln, na verdade, um daguerreótipo, processo ainda rudimentar de fotografia e datado do ano de 1846. Mostra um indivíduo um tanto desajeitado e com um tamanho descomunal, que outras fotos posteriores iriam confirmar. Um olhar sério e um tanto quanto aterrador. Nessa imagem, Lincoln está sem a famosa barba, que usou nos tempos da presidência. 
A primeira foto de Lincoln está no livro Passado Imperfeito: a história no cinema, de Mark C. Carnes (org.), da Editora Record, página 125.
Imagem de Daniel Day-Lewis como Lincoln:
http://screencrave.com/2012-08-07/lincoln-official-daniel-day-lewis-abraham-lincoln/

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