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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Egito Antigo: Do Cotidiano à Eternidade no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo



Em abril de 2018, o blog História Mundi colocou no ar uma postagem convidando os seus leitores a visitarem o Museu Nacional do Rio de Janeiro, onde se encontravam aproximadamente 700 peças originais (como a que aparece acima) do Egito Antigo, inclusive quatro múmias completas. Uma delas era muito rara, por ter pertencido a uma mulher que, em vida, entoava cânticos sagrados no templo do deus Amon, daí o nome dado a ela de "Cantora de Amon" (ver a postagem "O Egito Antigo no Museu Nacional do Rio de Janeiro", neste blog). A mesma, no processo de mumificação, teve a sua garganta preservada, a fim de que pudesse fazer uso dos seus talentos vocais na vida pós-morte. E iniciávamos a postagem com a pergunta: Será que aqui no Brasil podemos ver de perto uma múmia do Egito Antigo? A resposta, naquele momento, era: sim! Infelizmente, não contamos mais com o acervo egípcio do Museu Nacional do Rio de Janeiro, destruído por um incêndio naquele mesmo ano de 2018 (todas as múmias viraram cinzas). A instituição continha a maior coleção sobre o Egito faraônico em toda a América Latina. Agora, com grande alarde, algo perfeitamente compreensível pelo interesse que a civilização egípcia desperta no imaginário do público, nos chega a exposição "O Egito Antigo: Do Cotidiano À Eternidade" em São Paulo. E vejam só, o público vai poder ver, de perto, uma múmia original dos tempos faraônicos, como se isso fosse algo inédito por estas bandas. 


Mas, chega de lembranças de um passado triste no que se refere aos nossos museus e lancemos o foco nessa mostra, que estará aberta ao público paulista a partir do dia 19 de fevereiro próximo e que ficará até o dia 11 de maio com entrada grátis, no Centro Cultural Banco do Brasil (acima, uma esfinge dos tempos da conquista romana). Trata-se de uma excelente oportunidade para apreciarmos uma civilização que se manteve pelos três milênios anteriores ao nascimento de Cristo. Ao todo são 140 itens provenientes do Museu Egípcio de Turim (fundado em 1824) na Itália, cujo acervo contempla aproximadamente 26.500 peças, sendo considerada a segunda maior coleção sobre Egito Antigo do mundo, perdendo apenas para o Museu do Cairo (no próprio Egito). A coleção foi formada no século XIX, logo após a rapina promovida por Napoleão Bonaparte nas terras egípcias, em uma de suas campanhas militares. Foi o início de uma verdadeira espoliação de peças do Antigo Egito por parte dos países ocidentais em plena era do Imperialismo. 


Como já dissemos, a mostra conta com uma múmia, cujo nome era Tararo (imagem acima). De acordo com Pieter Tjabbes, um dos curadores (organizadores) da exposição, trata-se de uma senhora que viveu no tempo da 25ª dinastia de faraós, aproximadamente no século VIII a.C., cujos governantes seriam provenientes da Núbia (atual Sudão) e conhecidos como os "faraós negros". A múmia está acompanhada de um sarcófago repleto de hieróglifos (antiga forma de escrita egípcia) e pinturas, com orientações para que a alma da mulher encontrasse o corpo mumificado. 



Esculturas, pinturas, papiros (onde eram contidos textos), amuletos, múmias de animais, peças provenientes das tumbas e objetos do cotidiano fazem parte também dessa mostra. Uma das esculturas em destaque é a da deusa Sekhmet (associada à guerra) com mais de 2 metros de altura e pesando meia tonelada (imagem acima). 
A exposição está dividida em três seções: cotidiano, religião e eternidade. Cada uma dessas seções está representada por uma cor: amarelo, verde e azul respectivamente. Da mesma forma, as seções foram organizadas para criarem efeitos perceptivos nos visitantes, por meio da variação na iluminação, com o brilhante (cotidiano, associado ao dia), suave (religião) e baixa (a eternidade presente no interior das tumbas). Na verdade, todas as seções estão entrelaçadas, uma vez que os egípcios acreditavam piamente em uma vida além-túmulo, daí terem desenvolvido o processo de mumificação, a fim de que o corpo pudesse ser utilizado nessa outra vida. 



Não apenas o corpo humano, mas vários animais associados aos deuses, eram também mumificados, como por exemplo, o gato, associado à deusa Bastet (na imagem acima, esse mesmo animal mumificado e presente na mostra), o chacal ao deus Anúbis, o falcão com o deus Hórus, a leoa com a deusa Sekhmet e o íbis com o deus Thot. Como se sabe, a religião egípcia era politeísta. As múmias eram acompanhadas de amuletos (muitos deles presentes na exposição), os quais deveriam auxiliar o morto em sua trajetória pela outra vida. A mumificação foi útil para o conhecimento do corpo humano, inclusive na prática de cirurgias, algo inédito naqueles tempos. Os túmulos, alguns em forma de pirâmides, requeriam o trabalho de arquitetos, escribas, artesãos e trabalhadores braçais (não necessariamente escravos), influenciando a vida cotidiana daquela civilização. A agricultura, organizada em torno das cheias anuais do rio Nilo (aproximadamente no mês de julho), era parte inseparável da vida dos felás ou camponeses egípcios. 


Além das múmias, muitas das peças expostas também fazem referência ao aspecto da eternidade, como os vasos canopos (imagem acima), onde eram depositados os órgãos do corpo humano, a fim de serem reutilizados na outra vida (intestino, estômago, pulmão e fígado). Por sua vez, através desses objetos, é possível entrever os aspectos relacionados ao trabalho, à alimentação, à saúde e, até mesmo, à sexualidade dos antigos egípcios. Por exemplo, a magia era um recurso para o enfrentamento de doenças ou mesmo em desavenças com outras pessoas. Da mesma forma, muitas das peças expostas permitem perceber a existência de grupos privilegiados, entre os quais a nobreza faraônica (parentes do faraó ou rei), a classe sacerdotal e até mesmo os escribas, que conheciam a complexa forma de escrita hieroglífica utilizada nas altas esferas do Estado e na religião. Um dos sinais característicos desses grupos, que eram os mais representados nas pinturas, era o kohl, uma tinta preta aplicada ao redor dos olhos. Nessa forma de sociedade era muito difícil a mobilidade social, daí a mesma ser classificada como estamental. 
Nessa exposição há destaque também para a interatividade, recurso considerado apropriado a fim de atrair um público não tão familiarizado com o assunto. Interessante que na Europa, onde este que vos escreve esteve recentemente, tal recurso é quase inexistente, até porque toma o tempo para o visitante apreciar, de fato, as obras e peças de um acervo. A interatividade serve mais como um complemento para exposições pequenas, como esta em questão. Classifico como pequena em comparação com o que vemos em outros países do hemisfério norte. 



Ainda como complemento às peças da mostra, uma "maquete gigante" da pirâmide de Queóps, medindo 6 metros de altura, que nos dá uma ideia da dimensão da mesma quando comparada aos camelos (imagem acima) representados na mesma escala. Cuidado, pois o camelo não era um animal muito comum no Egito do tempo dos faraós e sim mais presente após a conquista árabe na Idade Média. Como introdução, um vídeo em 3D vai aproximar o espectador dos monumentos e das paisagens do vale do rio Nilo. 
O evento do CCBB teve enorme sucesso no Rio de Janeiro, de onde veio, com mais de 1 milhão de visitantes e após ser apresentada em São Paulo, segue para Brasília e Belo Horizonte. Por isso, recomenda-se o agendamento da visita pela internet. Sem dúvida, embora não seja uma megaexposição como muitos afirmam, pela sua importância (mas não pelo ineditismo) há de se recomendar a visita e estimular o público a vê-la, até porque outra mostra desse tipo em nosso país e com peças cedidas por museus europeus, não será algo tão fácil de se ver nos próximos tempos...
Para ver: 
Egito Antigo: Do Cotidiano À Eternidade no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Rua Álvares Penteado, 112, centro de São Paulo.
De quarta a segunda, das 9h às 17 horas.
De 16.10 a 03.01.2021
A entrada é grátis.
Em função da pandemia de covid-19 os ingressos só podem ser adquiridos pelo site:
https://www.eventim.com.br/tickets.html?affiliate=BRl
Todos os protocolos de segurança estão no site acima. 
Última atualização: 10.11.2020

Crédito das imagens:
Tampa de sarcófago:
http://www.revistaeletricidade.com.br/index.php/2019/10/23/ccbb-recebe-exposição-sobre-o-egito-antigo/
Esfinge e gato mumificado:
https://catracalivre.com.br/agenda/exposição-egito-antigo-ccbb-rio-de-janeiro/
Vasos canopos:
https://anba.com.br/ccbb-do-rio-prepara-megaexposição-sobre-egito-antigo/
Múmia e pirâmide com camelos: 
http://www.embarquenaviagem.com/2019/10/30/egito-antigo-do-cotidiano-a-eternidade-ccbb-rj/
Escultura da deusa Sekhmet:
https://vejasp.abril.com.br/blog/arte-ao-redor/mumia-ccbb-egito

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Como era e como está: avenida São Luís (centro de São Paulo)



Uma avenida que já foi símbolo de elegância, requinte e que tinha aspecto de cidade européia, como Paris ou Viena. Estamos nos referindo à avenida São Luís no centro histórico (ou velho, como alguns preferem) da capital paulista. Este que vos escreve, embora não tenha vivido na época em que a foto acima foi tirada, possivelmente no ano de 1939 (quando teve início a Segunda Guerra Mundial), têm boas lembranças desse logradouro, pois me impressionava o fato de abrigar os escritórios das grandes companhias aéreas, entre elas a KLM, Lufthansa e Air France. Alguns consulados também se localizavam nas redondezas, como o da África do Sul, na praça da República, onde estive em 1974 para solicitar um material audiovisual, a fim de apresentar como trabalho de escola, o qual aliás, modéstia à parte, ficou excelente. De certa forma, essa tendência voltada para o exterior e o turismo ainda se mantém, pois a avenida São Luís abriga atualmente muitas agências de viagens e casas de câmbio. Porém, antes de mostrar essa vocação, a avenida São Luís teve outra história, vinculada à elite (sobretudo cafeicultores) da província e depois estado de São Paulo. Quando outras áreas da cidade começaram a desbancar o centro no que se refere à presença das classes de maior poder aquisitivo, veio o declínio que perdura até hoje. 
A avenida São Luís está situada no bairro da Consolação, distrito da Sé e subdistrito da República. Trata-se de uma avenida curta e de mão única, que têm apenas um quarteirão, começando na Avenida Ipiranga, quando esta atravessa lateralmente a praça da República e o antigo Colégio Caetano de Campos, uma escola pública que já foi referência na cidade de São Paulo (hoje, o prédio abriga a Secretária de Educação do Estado). A avenida termina na rua da Consolação, na altura da praça Dom José Gaspar onde se encontra a Biblioteca Mário de Andrade, outra edificação importante da cidade. Na avenida São Luís encontramos também o edifício Itália (o segundo mais alto de São Paulo com 46 andares e 165 metros de altura) e a Galeria Metrópole, onde existiu uma famosa sala de cinema do mesmo nome. Esse centro comercial pode ser considerado um precursor dos shoppings centers, que se espalharam pela cidade, contribuindo também para o declínio da área central e do comércio de rua



No mapa mais antigo da cidade de São Paulo, confeccionado em 1810 (portanto, antes da independência do Brasil), o logradouro já aparece, porém sem denominação, embora pouco depois fosse mencionado como o Beco Comprido. O mesmo poderia ser um caminho ou mesmo uma trilha. Na imagem mais acima, entre as letras C e G temos esse caminho, que termina na rua da Consolação, cujo nome aparece à direita. Não sabemos quem foi o responsável pela abertura ou desbravamento dessa via, mas conhecemos quem a batizou, o Coronel Luís Antônio de Sousa Queiroz, que se tornou o Brigadeiro Luís Antônio (nome de outra avenida importante da cidade), militar luso-brasileiro e um dos homens mais ricos de São Paulo no início do século XIX (acima, na legenda do mapa de 1810, o seu nome aparece exatamente na letra C, mostrando ser ele o proprietário do quarteirão esquerdo da futura rua São Luís). Este integrante da aristocracia paulista fez fortuna como tropeiro (condutor e vendedor de cavalos e mulas) e negociante. Com a renda obtida a partir dessas atividades, adquiriu terras na então área periférica da cidade de São Paulo, entre as quais a chácara apontada no mapa anterior, no bairro da Consolação, entre a rua 7 de Abril e a praça da República (antes chamada de largo dos Curros). O Brigadeiro Luís Antônio casou-se com Genebra de Barros Leite, de uma tradicional família paulista, cujos laços reuniam os ramos Pais de Barros e Jorge Velho, dos antigos bandeirantes. Segundo a pesquisadora Paula da Cruz Landim y Goya, a sede da chácara do brigadeiro estava localizada exatamente onde hoje é a Biblioteca Municipal Mário de Andrade e muitas das árvores existentes na praça Dom José Gaspar (atrás da biblioteca) remontam ao tempo do brigadeiro, que as teria mandado plantar. 



Após a morte do Brigadeiro Luís Antônio, a propriedade passou para o seu filho Francisco Antônio de Sousa Queiroz, que depois tornou-se o Senador Queiroz (e que também recebeu do imperador D. Pedro II o título de barão). No mapa acima de 1874, na parte inferior, está apontado o local da sede da chácara do Senador Queiroz, exatamente na confluência da São Luís com a rua da Consolação (o terreno da chácara era o quarteirão inteiro). A rua São Luís ainda era designada como Beco Comprido. Pelo que se sabe, o logradouro recebeu o nome de São Luís por iniciativa do Senador Queiroz, por ter sido o santo devoto de seu pai, o falecido Brigadeiro Luís Antônio. Coube também ao Senador Queiroz arborizar a rua com duas fileiras de jacarandás-mimosos, os quais, um dia, teriam feito sombra para o imperador D. Pedro II. O senador casou-se com Antonia Eufrosina de Campos Vergueiro, filha do também senador Nicolau de Campos Vergueiro (que foi regente do Império, depois nome de um logradouro conhecido e de estação de metrô) e de sua esposa, Maria Angélica de Vasconcellos, que era prima de Genebra de Barros Leite, mãe do Senador Queiroz. Muito confuso? Basta lembrar que nesse tempo, as famílias da elite paulista promoviam enlaces entre seus integrantes a fim de ampliar a influência política e econômica. 




Com o fim do Império e a morte do Senador Queiroz em 1891 a família foi deixando a atividade política para a geração nova de republicanos. Com isso, a chácara do Senador Queiroz, que passou a ser chamada de "Chácara Velha", foi sendo dividida e loteada, inicialmente entre os próprios familiares (nas imagens acima, a planta com a divisão dos terrenos entre os familiares e o local da Chácara Velha, em foto sem data). Portanto, a rua São Luís passou a abrigar todo o clã Souza Queiroz. 




Um dos filhos do Senador Queiroz, Luís Antonio de Souza Queiroz manteve um palacete, situado na esquina da rua São Luís com a rua Epitácio Pessoa, hoje avenida Ipiranga (nas fotos, de cima para baixo, a esquina da São Luís com a Ipiranga em 1939 e o palacete de Luís Antonio de Souza Queiroz). Do lado direito da primeira foto, atrás do guarda, onde vemos dois pinheiros e uma palmeira é o local onde hoje se encontra o edifício Itália. 



A partir do início do século XX, a rua São Luís foi perdendo a característica de ser um logradouro pertencente a uma só família. Em 1909, a Cúria Metropolitana (Igreja Católica) adquiriu um terreno naquela via, onde era a Chácara Velha, que se tornou sede da arquidiocese da cidade de São Paulo (exatamente onde hoje é a praça Dom José Gaspar). No ano de 1923, o Circolo Italiano adquiriu outro terreno, onde estava o palacete de Antônio de Souza Queiroz (cuja reconstituição vemos acima) e como já dissemos, local onde hoje se encontra o edifício Itália. A rua São Luís começou a abrigar mansões e palacetes de características bem ecléticas (diversificadas), que tornaram a mesma uma das vias mais charmosas da cidade, exatamente como aparece na foto que abre esta postagem. 
A rua São Luís transformou-se em avenida em 1944, sendo alargada pelo prefeito Prestes Maia, como parte do seu Plano de Avenidas para a Cidade de São Paulo. Como nos informa mais uma vez Paula da Cruz Landim y Goya, alguns palacetes perderam os seus jardins e outros foram demolidos para o alargamento da avenida. Na década de 1950, o setor de serviços começou a ocupar o local, dividindo o uso da avenida com as moradias e simultaneamente, teve início a verticalização. 


Em pouco mais de 10 anos, a paisagem da avenida sofreu alterações significativas dentro de um processo semelhante ao ocorrido depois na avenida Paulista. Os casarões deram lugar aos prédios (na foto acima, de 1955, a verticalização já praticamente consolidada). O primeiro foi o São Luís, inaugurado em 1945. Vários desses edifícios eram constituídos por apartamentos de luxo, dos primeiros a serem erguidos na capital paulista, quebrando a resistência da antiga elite com relação a esse modelo de moradia. 


O edifício Itália (foto acima e à direita do mesmo a avenida São Luís), um arranha-céu, é o grande símbolo desse período, sendo inaugurado em 1965. Dessa fase em diante, a avenida São Luís conheceu a sua mais recente vocação que recebeu, inicialmente, os escritórios de companhias aéreas, agências de viagens e casas de câmbio. 


A avenida São Luís (acima, em foto de 2013) constitui um exemplo das mutações pelas quais passou a capital paulista nos últimos duzentos anos, notadamente no seu centro histórico, caracterizado pela diversidade de usos e de atividades, desde habitações rurais (chácaras), depois residenciais e mais recentemente, escritórios e setor de serviços. A cidade de São Paulo se desfaz do seu passado num "piscar de olhos", infelizmente sem muitas vezes respeitar a sua história, situação que continua diante da acelerada especulação imobiliária e do jogo permissivo do livre mercado...
Crédito das imagens:
Foto da rua São Luís em 1939 com os seus casarões e palacetes: São Paulo de Antigamente
https://www.facebook.com/groups/168719980662932/
Mapa de 1810:
http://www.arquiamigos.org.br/info/info20/i-1810.htm
Mapa de 1874 e do palacete de Luís Antônio de Sousa Queiroz: São Paulo: três cidades em um século de Benedito Lima de Toledo. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1981, páginas 160 e 127 respectivamente.
Foto da esquina da avenida Ipiranga com a rua São Luís em 1939: Memória da Cidade de São Paulo: Depoimentos de Moradores e Visitantes/1553-1958 de Ernani da Silva Bruno. Prefeitura do Município de São Paulo. Secretaria Municipal de Cultura, 1981, página 193.
Planta dos lotes da família Sousa Queiroz e foto da Chácara Velha: História da Família Souza Queiroz. Instituto D. Ana Rosa, sem data, página 5 e 4 respectivamente.
Desenho do palacete de Antônio de Sousa Queiroz: Mutação da paisagem urbana. Um caso significativo na cidade de São Paulo: a Avenida São Luiz de Paula da Cruz Landim y Goya. Revista Paisagem e Ambiente, 1989, página 46.
Foto da avenida São Luís em 1955: Instituto Moreira Salles. 
Foto do edifício Itália:
https://vejasp.abril.com.br/cidades/edifício-italia-50-anos/
Foto da avenida São Luís em 2013:
https://www.flickr.com/photos/brunograziano/44502409302/