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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Imagens Históricas 32: o assassinato de Leon Trotsky





As duas imagens acima lembram um dos acontecimentos marcantes do século XX: o assassinato de Leon Trotsky (nas mesmas, temos a arma utilizada e o corpo de Trotsky sendo cremado). Marcante pois trata-se do desfecho de uma dissidência decorrente do processo de consolidação do regime soviético estabelecido após a Revolução de Outubro de 1917, a qual levou o Partido Bolchevique (depois Partido Comunista) ao poder (ver Stalin e a Formação da União Soviética parte 2, aqui neste blog). E também por ter ocorrido em meio a uma trama digna dos grandes filmes de espionagem. Até hoje surgem questões novas relacionadas a esse acontecimento e muitas outras permanecem obscuras. A causa determinante do mesmo deve ser encontrada na já citada dissidência e no afastamento de Trotsky dos quadros dirigentes da União Soviética. E claro, tudo isso coincidiu com a ascensão política de Josef Stalin, visto por Trotsky como uma liderança que desvirtuou os ideais do socialismo defendidos por Lênin, o grande mentor da Revolução de 1917. Por outro lado, a morte de Leon Trotsky começou a ser tramada a partir dos órgãos de inteligência do regime soviético, sobretudo do Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD) e de seus agentes, os quais atuavam no movimento comunista na Europa, na Ásia e na América. E com o conhecimento e aprovação de Stalin.



Desde 1929, Leon Trotsky vivia fora da União Soviética, de onde foi expulso. Desde então e até 1940, ano em que foi assassinado, Trotsky (na foto acima de 1938, quando já se encontrava no México) fez uma verdadeira peregrinação por vários países, incluindo a Turquia, a França e a Noruega. Em todos eles correu riscos com relação à sua segurança pessoal, pois nunca deixou de fazer críticas a Stalin e de tentar de alguma forma, influenciar a situação política dentro da União Soviética. A condição de Trotsky agravou-se ainda mais, em função dos expurgos promovidos entre os anos de 1936 e 1938. Em praticamente todos os processos o seu nome era listado em supostas conspirações para derrubar Stalin e isso significou a sua condenação à morte na União Soviética.


Em 1937, Leon Trotsky recebeu permissão para morar no México, junto com sua família ou o que restava da mesma, sua esposa e o neto Esteban Volkov, que veio depois. Coube ao pintor muralista mexicano Diego Rivera, interferir junto ao presidente do México Lázaro Cárdenas, para que autorizasse a vinda de Trotsky ao país. No início de 1937, Trotsky e sua esposa Natalia Sedova chegaram à Cidade do México e permaneceram como hóspedes do casal Rivera (Diego e Frida Kahlo). De lá, Trotsky continuava a sua campanha a fim de denunciar Stalin para o mundo, por meio de seus escritos e pronunciamentos (como na foto acima, onde aparece gravando um discurso nos jardins da casa de Rivera e Frida). O Partido Comunista Mexicano e as organizações que estavam sob a sua influência, como a Confederação dos Trabalhadores do México protestaram contra a presença de Trotsky e exigiam a sua expulsão. Como nos lembra o historiador Dmitri Volkogonov, autor de uma biografia crítica em relação a Stalin, a propaganda do regime soviético na época, procurava mostrar Trotsky como um aliado do capitalismo e que organizava campanhas com o intuito de prejudicar a União Soviética. 


Posteriormente, alguns desentendimentos entre Trotsky e Diego Rivera, inclusive relacionados a um envolvimento amoroso do velho revolucionário com a pintora Frida Kahlo, fizeram com que o casal Trotsky procurasse uma outra residência no mesmo bairro de Coyoacán, nas cercanias da capital mexicana (na foto acima, Natalia, Frida Kahlo e Trotsky na chegada deste ao México em 1937). 



Em função das ameaças que pairavam sobre a figura do ex-líder bolchevique, a casa situada na rua Viena foi adaptada para se tornar uma verdadeira fortaleza (como mostra a foto acima). 


Nesse exato momento é que apareceu a figura de Jacques Mornard, o qual teria origem belga, filho de um diplomata e que conheceu em Paris a trotskista norte-americana Sylvia Ageloff, uma mulher de aproximadamente 30 anos, sentimentalmente carente e muito solitária (foto acima). Sylvia fazia parte do círculo de colaboradores de Trotsky e conhecia várias línguas, servindo como intérprete. Jacques Mornard, um homem alto, elegante e de boa aparência, mostrou-se interessado pela tímida Sylvia e iniciou um romance com a mesma. Quando esta lhe revelou a proximidade com Trotsky, Mornard mostrou não dar importância a isso e nem aos assuntos políticos, ao mesmo tempo em que procurava levar Sylvia a restaurantes caros e lhe dar muitos presentes. Em setembro de 1939, já com a Segunda Guerra tendo início na Europa, Mornard foi a Nova Iorque encontrar-se com Sylvia utilizando outro nome, Frank Jacson, com passaporte canadense, justificando isso com o argumento de que precisava evitar a convocação militar na Bélgica. 
Bem, Jacques Mornard, Frank Jacson... era tudo falso! A verdade só apareceria muitos anos depois. A identidade desse indivíduo era Ramón Mercader, um comunista espanhol recrutado pelos serviços de inteligência da NKVD soviética. Seu objetivo: aproximar-se do círculo de Trotsky e posteriormente eliminá-lo. 




Antigo integrante do Partido Comunista da Catalunha (província da Espanha onde se localiza a cidade de Barcelona), teve atuação como guerrilheiro na Guerra Civil Espanhola (1936-1939) pela defesa da república contra o fascismo (nas fotos acima, Ramón ainda jovem e na Guerra Civil). A trajetória de Ramón estava associada a uma outra pessoa, a sua própria mãe Caridad Mercader, também militante comunista e de quem falaremos mais adiante. 
Voltemos ao casal em questão. Sylvia Ageloff e Frank Jacson (Ramón Mercader) encontraram-se no México no início de 1940, com este ultimo continuando a aproximação junto ao círculo de Trotsky, conseguindo ser apresentado a Natalya Sedova, já na condição de "o noivo de Sylvia". 


Ao mesmo tempo, fez amizade com os seguranças que cuidavam da casa no bairro de Coyoacán, dos quais obteve informações importantes sobre a rotina do local (na foto acima de 1940, a casa-fortaleza onde residia Trotsky). 
No início de 1940, chegaram à capital mexicana o agente da NKVD Leonid Eitingon juntamente com Caridad Mercader. Muitos atribuem a esse agente soviético toda a articulação e o recrutamento dos responsáveis pelo atentado contra Trotsky. 



Contudo, os comunistas mexicanos simpáticos a Stalin também preparavam um ataque contra o ex-líder bolchevique exilado. Na madrugada do dia 24 de maio de 1940, o casal Trotsky foi acordado com uma rajada de metralhadora vinda de dentro da própria casa-fortaleza em que moravam. Mas o ataque falhou e o moradores saíram praticamente ilesos (acima, o neto de Trotsky, que presenciou o ataque, mostra os tiros na parede em foto de 1973). 
Um dos comandantes do atentado foi nada mais nada menos que o militante comunista David Alfaro Siqueiros, um dos três grandes nomes do movimento muralista mexicano nas artes plásticas (ao lado do já citado Diego Rivera e de José Clemente Orozco). Na percepção desses comunistas, a condição de Leon Trotsky como traidor se agravava na medida em que o mesmo fazia duras críticas a Stalin (estava preparando um livro sobre ele) e organizava a IV Internacional, com o objetivo de criar um movimento comunista alternativo à linha adotada por Moscou. 
Naquele momento, era muito difícil para Trotsky encontrar outro país em que pudesse estar seguro. Aliás, o único governo que o aceitou como refugiado político foi exatamente o do México. Muitos amigos tentaram convencer Trotsky a se estabelecer nos Estados Unidos, mesmo na condição de clandestino. O velho revolucionário relutava, uma vez que sua ida para esse país o impediria de escrever textos e de se manifestar, embora tivesse a possibilidade de viver com mais segurança. 


Após o ataque, a proteção da casa de Trotsky em Coyoacán foi reforçada com um dispositivo de alarmes, forração à prova de bombas nos cômodos e a ampliação do muro em volta do jardim. Depois de tudo pronto, Trotsky teria comentado com sua esposa Natalya: "Isto nem parece um lar...Vivemos em uma fortaleza medieval" (na foto acima, uma guarita no muro da casa). Qualquer novo atentado teria que ser feito não por um grupo, mas por um único individuo que pudesse entrar na casa e aproximar-se de Trotsky. Portanto, Frank Jacson, ou melhor, Ramón Mercader (vamos a partir de agora, chama-lo pelo seu verdadeiro nome) parecia ser a pessoa indicada para executar o plano, pois já tinha estabelecido contato com o entorno de Trotsky e já se apresentava perante o mesmo como um interessado em suas ideias. Ao que parece, o próprio Ramón ofereceu-se para agir sozinho. 



Como muitos estudiosos apontaram posteriormente, o esquema de defesa da casa de Leon Trotsky era falho e alguns dos seguranças não eram pessoas de plena confiança, algo que ficou evidenciado no atentado do mês de maio pela facilidade dos atiradores em entrarem (na foto acima, a parte externa da residência). 



Depois de ter estado em várias ocasiões na casa, Ramón Mercader procurou Trotsky a pretexto de que este lesse um artigo que estava preparando. Talvez, como muitos supõem, nesse encontro no dia 17 de agosto de 1940, Ramón não tivesse tido coragem de realizar o ataque. Trotsky teria comentado depois com Natalya que o marido de Sylvia parecia um pouco tenso e que o artigo que havia escrito não tinha muito sentido, sendo praticamente ininteligível.
No final da tarde do dia 20 de agosto, Ramón Mercader retornou à casa de Trotsky trazendo um novo texto. Uma coisa estranha, fazia calor e Mercader carregava um pesado casaco junto ao braço (como no encontro anterior), sem ser incomodado por nenhum segurança. 



Trotsky, que dava comida aos seus coelhos de estimação, recebeu novamente o visitante e dirigiu-se ao escritório para ler o texto (na foto acima, a sala de trabalho onde ocorreu o atentado). Nesse exato momento, enquanto Trotsky lia o documento, Mercader tirou de dentro do casaco uma picareta (muito utilizada por alpinistas para quebrar gelo nas montanhas) e golpeou Trotsky na cabeça! Eis o relato feito mais tarde, na prisão, pelo próprio Mercader:

Coloquei minha capa, tirei o quebrador de gelo e segurei-o com firmeza...fechei os olhos e golpeei-lhe a cabeça com todas as minhas forças... O homem gritou, um grito que nunca vou poder esquecer. Trotsky levantou-se como um louco. Atirou-se sobre mim, bateu em minha mão. Eu o empurrei e ele caiu. Mas ele ainda se levantou do chão e, não sei como, conseguiu... sair da sala.


O que era para ser um crime silencioso acabou atraindo a atenção de todos na casa (na foto acima, a mesa de trabalho de Trotsky). Imediatamente Natalya Sedova correu assustada com o grito do marido e ainda ouviu Trotsky murmurar: "Jacson". No jardim os seguranças procuravam deter Mercader, o qual foi atacado com coronhadas na cabeça. Trotsky teve forças para gritar: "Não o matem! Ele tem muito o que falar". Disse o velho revolucionário, gravemente ferido.
Do lado de fora da casa, em um carro (ou dois, de acordo com outras fontes) estavam Leonid Eitingon e Caridad Mercader, os quais aguardavam uma possível fuga de Ramón. Mas, após perceberem que o mesmo fora detido, abandonaram o local e fugiram. 





Ramon Mercader foi preso, julgado e condenado a 20 anos de prisão, sem ter revelado o seu verdadeiro nome e nem mesmo a mando de quem havia cometido o ataque, como queria Trotsky (nas duas fotos acima, Ramón atendido no hospital com ferimentos na cabeça e acompanhado de policiais). Ao ser interrogado sobre o motivo do crime, alegou ser um trotskista que havia tido divergências com o revolucionário. 



Sylvia Ageloff após tomar conhecimento do ocorrido entrou em choque e tentou o suicídio (foto acima). 


Uma versão muito divulgada diz que o primeiro indício de sua verdadeira identidade, veio de um médico da prisão, que teria identificado em Ramón um sotaque catalão em sua fala. Ao ser averiguada na província espanhola da Catalunha e contando com a ajuda da polícia do ditador fascista Francisco Franco, foi efetuada a sua identificação em 1953, quando já havia cumprido mais da metade da pena (na foto acima, a ficha de Ramón Mercader já com o comparativo das impressões digitais). 



Logo após o atentado, os médicos tentaram salvar a vida de Leon Trotsky levando-o para uma cirurgia, mas o golpe na cabeça foi profundo e nada mais pode ser feito (na foto acima, Trotsky no hospital). No dia seguinte, o homem que um dia conduziu o Exército Vermelho à vitória na Guerra Civil que sobreveio à Revolução Russa de 1917, morreu na capital mexicana. Atendendo o seu desejo, foi cremado, como mostra a segunda foto desta postagem (mais acima). 



As cinzas de Leon Trotsky foram depositadas no próprio jardim de sua ultima morada na capital mexicana, onde foi erguida uma lápide com seu nome e o símbolo do comunismo (foto acima).


Mas não podemos nos esquecer de outra personagem marcante em meio a toda esta trama: Caridad Mercader, a mãe de Ramón. Proveniente de uma família de origem catalã bem situada socialmente, Caridad teve uma educação aristocrática e frequentou boas escolas. Casou-se muito jovem (com 19 anos) com um rapaz proveniente de uma família ligada à indústria têxtil de Barcelona, chamado Pablo Mercader, com quem teve cinco filhos, um dos quais Ramón. Contudo, o marido, que aparentava ser uma uma pessoa sóbria e devotada à família, revelou uma face que Caridad não conhecia: a sua devassidão. Alegando que a esposa necessitava ser estimulada sexualmente, Pablo a obrigava a frequentar os bordeis de Barcelona, a fim de observar as prostitutas com os seus clientes (inclusive no próprio ato sexual). Tal situação levou Caridad a uma enorme angustia pessoal (chegou a fazer uso de drogas, como a morfina e o ópio). Ao mesmo tempo, começou a nutrir uma visão absolutamente crítica em relação à sociedade burguesa em que vivia, o que a aproximou do movimento anarquista da Catalunha, do qual se tornou militante. Caridad ajudou na organização de atentados, inclusive contra as fábricas da própria família Mercader.


Em 1919 teve um envolvimento amoroso com o aviador francês Louis Delrieu, logo após este ter feito um pouso de emergência em uma propriedade da família. Em função de seu comportamento rebelde, foi internada a força pelo marido e por seus irmãos em um manicômio, onde foi submetida a um "tratamento" agressivo com duchas geladas e eletrochoques. Caridad jamais perdoou a família por esse ato! Com a ajuda dos anarquistas, que ameaçavam promover atentados caso não fosse liberada do manicômio, Caridad saiu da instituição e viajou para a França com seus cinco filhos, onde se juntou ao seu antigo amante Delrieu (na foto acima, Caridad na França em data incerta). Após o fim do relacionamento em 1928, Caridad ficou emocionalmente abalada e tentou o suicídio. Após se recuperar teve que concordar com a ida dos filhos menores para a Espanha junto ao pai.



Em Paris, Caridad Mercader aproximou-se do Partido Comunista Francês e por intermédio desta agremiação conheceu Leonid Eitingon, o agente da NKVD a quem já nos referimos (foto acima, sem data). Com o estouro da Guerra Civil Espanhola em 1936, Caridad se engaja na luta, junto com seus filhos Ramón e Pablo, que morreu em combate. Ao que parece, foi nesse momento que Eitingon convenceu mãe e filho a atuarem no serviço de inteligência soviético, inclusive pelo domínio que tinham de outros idiomas. Não se sabe ao certo se Ramón Mercader chegou a ir para a União Soviética para um treinamento específico, mas em 1937 já estava na NKVD e no ano seguinte, o mesmo serviço de inteligência colocou-o no caminho de Sylvia Ageloff, levando ao desfecho já descrito por nós. Em um livro escrito recentemente, El cielo prometido. Una mujer al servicio de Stalin (ainda sem tradução no Brasil) o escritor espanhol Gregorio Luri descreve Caridad Mercader como uma militante que colocou os seus ideais acima da própria família, inclusive levando os filhos a um verdadeiro sacrifício em prol da causa comunista. E claro, foi uma estalinista devotada. De acordo com esse autor, Caridad teve um papel central em toda a trama que envolveu o assassinato de Trotsky. 


Em 1941, o diretor da NKVD, Lavrenti Beria deu a Caridad Mercader a Ordem de Lênin e ao filho preso, Ramón, a estrela de Herói da União Soviética (na foto acima, Ramón Mercader com a condecoração depois de deixar a prisão no México). Em 1943, o serviço secreto soviético começou a organizar a chamada Operação Gnomo. A mesma tinha por finalidade libertar Ramón Mercader da prisão com a ajuda de espanhóis residentes no México e dos comunistas locais. Porém, um fato inesperado prejudicou os planos, a visita ao país de Caridad Mercader que começou a fazer gestões junto ao governo mexicano, para que o seu filho fosse libertado. As autoridades mexicanas, desconfiadas da presença da militante comunista espanhola, reforçaram a segurança da prisão onde se encontrava Mercader e o plano fracassou. 


Em 2015, outro fato revelado por tablóides espanhóis deu conta de que Ramón Mercader recebia mulheres na prisão de Lecumberri no México. Uma delas teria sido a mundialmente conhecida atriz espanhola Sara (Sarita) Montiel, que antes de se tornar estrela era muito relacionada com os comunistas espanhóis radicados naquele país. Para os que não a conhecem, a atriz chegou a fazer sucesso em Hollywood e foi casada com o cineasta Anthony Mann (diretor do clássico El Cid). Além disso, conviveu ou manteve supostos casos amorosos com astros como Gary Cooper, James Dean e Marlon Brando. Sara Montiel teria engravidado de Ramón Mercader e dado a luz a uma menina, a qual posteriormente, foi entregue para adoção sem o consentimento da atriz, pois a mesma havia sido informada de que a criança nascera morta após um parto cheio de problemas. 



Que os dois se conheceram não restam dúvidas, uma vez que em 1950, Sara Montiel namorava o comunista espanhol Juan Manuel Plaza e acompanhou este em uma visita a Mercader na prisão (na foto acima, Ramón Mercader na prisão mexicana nesse mesmo ano). Mas o envolvimento com o último e a gravidez são contestados, uma vez que tal "revelação" partiu de uma entrevista concedida pelo antigo cabeleireiro da atriz e após o falecimento da mesma em 2013. Sara Montiel ainda teria declarado que, apesar de ser um assassino, Mercader não era uma má pessoa.


Finalmente, liberado da prisão em 1960 após cumprir a pena, Ramón Mercader deixou o México indo para a União Soviética onde tornou-se coronel da KGB, orgão de inteligência que sucedeu à NKVD (na foto acima da década de 1960, Caridad, o filho Ramón e sua esposa Roquelia Mendoza na União Soviética) e posteriormente indo para Cuba, onde acabou fixando residência até morrer em 1978 (Caridad faleceu três anos antes). Mãe e filho tornaram-se heróis da União Soviética e até o final de suas vidas mantiveram a convicção de que, o que fizeram, foi em prol da causa comunista seguindo as diretrizes do líder Stalin.



Os familiares de Trotsky, sua esposa Natália e o neto Steban, continuaram a viver por muitos anos na casa da rua Viena, no bairro Coyoacán, na Cidade do México, que hoje abriga o Museu Casa Leon Trotsky, aberto à visitação do público (acima, quatro bisnetas de Trotsky que viviam na casa, em foto de 1973). O local é uma lembrança viva do tumultuado século XX...
Crédito das imagens:
Picareta utilizada no crime e Trotsky sendo cremado: Century. Phaidon Press Limited, 1999, pag. 429. 
Foto de Natalya, Frida Kahlo e Trotsky: http://www.pulsamerica.co.uk/2014/04/mexico-trotsky/
Fotos de Trotsky em 1938 e do mesmo gravando um depoimento: Frida Kahlo: La pintora y el mito. De Teresa del Conde. Instituto de Investigaciones Estéticas. Universidad Nacional Autónoma de México. Mexico, 1992.
Fotos de Ramón Mercader jovem, na Guerra Civil e de Sylvia Ageloff: site Pinterest.
Foto de Leonid Eitingon: http://thepublici.blogspot.com.br/2017/10/a-mob-hit-chapter-two.html
Foto de Trotsky no hospital:
https://www.gettyimages.ca/event/years-since-the-death-of-leon-trotsky-81648278
Foto de Caridad Mercader montada a cavalo:
http://www.elmundo.es/cultura/2016/04/08/5706b4c9268e3e362b8b4598.html
Foto de Caridad Mercader na França:
https://www.larazon.es/cultura/caridad-mercader-el-cerebro-del-asesinato-de-trotski-KC12328398
Foto de Caridad, Ramón e Roquelia na União Soviética:
http://elcafedeocata.blogspot.com.br/2016/04/fotos-de-los-mercader.html
Fotos de Ramón Mercader recebendo curativos e preso em 1950:
https://br.rbth.com/arte/historia/2017/08/02/o-plano-de-stalin-para-libertar-o-assassino-de-trotski_815556
Foto de Sylvia Angeloff após tentar suicídio:
http://www.tiempodehoy.com/cultura/historia/el-mas-secreto-heroe-de-la-union-sovietica2/(imagen)/84772/el-heroe-secreto-de-la-urss5#centerColumn
Foto de Ramón Mercader condecorado: 
https://www.jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/imprensa/imprevidencia-de-trotski-ajudou-ramon-mercader-mata-lo-no-mexico-97469/
Foto de Sara Montiel: 
http://quemovida.excite.es/el-padre-de-la-hija-biologica-de-sara-montiel-fue-el-asesino-de-trotski-ramon-mercader-N46999.html
Fotos em cores da parte externa da casa de Trotsky, de seu neto apontando as balas na parede, da mesa de trabalho, das quatro bisnetas e da ficha de identificação de Ramón Mercader: Revista Grandes Acontecimentos da História, Editora Três, 1973, paginas 75, 76, 77, 78, 82 e 85. 
Fotos em cores da parte interna da casa de Leon Trotsky: tiradas pelo próprio autor epertencente ao seu acervo. 

15 comentários:

  1. História impressionante. Ainda hoje da para observar esses mesmos tipos de procedimentos. Daí a importância da imprensa livre.

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    1. É um fato marcante e que divide, até hoje, a esquerda mundial...

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  2. Incrível! Obrigado por compartilhar essa história! :D

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  3. Excelente trabalho de pesquisa e muito bem escrito.

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  4. Muito bem detalhado. Obrigado por compartilhar conosco,

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  5. Respostas
    1. Comentei este livro em outra postagem. Obrigado pela leitura...

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    2. Acabei de ler! É muito bom. Obrigado pelas fotos!

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    3. Obrigado Marcos pela leitura. Abçs.

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  6. Excelente texto, me interessei pela história após saber que quem matou Trotsky foi um republicano espanhol. Isso foi relatado na animação Josep (2021, Amazon), em que mostra como esses republicanos espanhóis foram colocados em campos de concentração ao tentar pedir asilo politico na França em 1940, ao fugir do regime ditatorial de Franco na Espanha.

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