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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O Homem do Rifle: Charlton Heston

Nos Estados Unidos o direito do cidadão de portar armas é assegurado pela segunda emenda da constituição norte-americana. Calcula-se que o número de americanos que possuem armas em casa é equivalente ao número daqueles que têm automóvel. No século XIX, quando ocorreu a Marcha para o Oeste (Far-West), equivalente aqui no Brasil ao bandeirantismo, a arma, mais precisamente o rifle, era um recurso necessário para a sobrevivência, para a obtenção de alimentos por meio da caça e para enfrentar inimigos em um território em fase de ocupação. Mas o que justifica o porte de armas hoje, no chamado mundo civilizado e regido pelas leis? Para muitos americanos é um direito inalienavel e exatamente garantido por uma lei. Temos tido conhecimento das tragédias provocadas em escolas e universidades americanas pelo fácil acesso às armas, que podem ser adquiridas até em supermercado. Tal fato foi denunciado pelo cineasta Michael Moore em seu documentário "Tiros em Columbine" (produção de 2002 e disponível em DVD) e que gerou uma grande polêmica com Charlton Heston, que na época era presidente da Associação Nacional do Rifle. Heston foi um defensor ferrenho da segunda emenda constitucional. Estranha a trajetória do conhecido ator que em 1963 esteve presente ao famoso encontro com Martin Luther King na luta pelos direitos civis e pela igualdade entre brancos e negros ( foi nesse encontro que King proferiu a famosa frase "I have a dream...").



Na foto acima (do fotografo Enrique Meneses), da esquerda para a direita estão Burt Lancaster (praticamente oculto), Charlton Heston, Marlon Brando (que na década de 1970 se notabilizou pela defesa das populações indígenas, mas isto já é assunto para outro post) e Sammy Davis Jr.. Nosso amigo defensor das armas estava em boa companhia e por uma boa causa, bem diferente da foto abaixo.

      
Nesta última, Charlton Heston é condecorado pelo amigo número um das armas, George Bush, com a medalha da liberdade em 2003 (ora, no mesmo ano da invasão ao Iraque). Todos os professores de História, como eu, lembram-se de Heston em função de seus personagens de época, como Moisés, Ben Hur (pelo qual ganhou um Oscar), Miguel Angelo e outros.   O ator faleceu em 2008. Vocês não acham que ele podia ter passado sem essa?                              

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