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sábado, 3 de fevereiro de 2018

Matéria no Jornal Correio (de Marabá)




Jornal que um dia, já se chamou Correio do Tocantins, o qual comemorou esta semana 35 anos de existência. Trata-se do mais importante periódico da cidade de Marabá, no sudeste do Pará, onde este que vos escreve realizou as suas pesquisas de mestrado e doutorado pela Universidade de São Paulo (USP). Aliás, o jornal foi de enorme importância para esses dois trabalhos, o último dos quais transformou-se em livro: "A Castanha do Pará na Amazônia". 
Na edição do dia 30 de janeiro ultimo, o jornal fez referência ao uso de seu acervo por parte de estudiosos e pesquisadores. Fiquei muito contente pelo fato de ter sido lembrado. Na matéria (que aparece na foto acima) dei meu depoimento sobre as minhas pesquisas e a respeito do uso desse jornal como importante fonte de informações para o meu trabalho. Esse mesmo acervo está depositado na Casa de Cultura de Marabá, instituição que preserva a memória e os documentos importantes daquele município. Agradeço ao responsável pela matéria, o editor chefe do jornal Correio, Adilson Poltronieri e a todos os responsáveis pelo prestigioso veículo da mídia paraense.
A matéria também pode ser lida na integra no link abaixo:
https://www.correiodecarajas.com.br/post/a-memoria-preservada-em-acervo

domingo, 28 de janeiro de 2018

Conselhos para quem já passou dos cinquenta anos...



Ou dos sessenta, setenta, oitenta, noventa...não importa caro leitor, pois apenas estamos tomando os cinquenta anos como ponto de partida. Mas, se você já passou mesmo dessa idade, leia os conselhos abaixo. Talvez o ajudem a orientar a sua vida daqui em diante, estabelecer objetivos mais práticos e aplicáveis ao presente. O tempo das jornadas excessivas de trabalho, de fazer grandes poupanças, de economizar para comprar o imóvel dos sonhos, das baladas até altas horas, talvez já tenha ficado para trás. Mas, não se lamente! Se você chegou até essa idade é porque é um vitorioso e, como todo vitorioso, deve desfrutar das glórias de algo já construído, por mínimo que seja. 
Portanto, vamos a eles: 

- é hora de usar o dinheiro (pouco ou muito) que você conseguiu economizar. Use-o para você (com seus gostos e caprichos), não para guardá-lo e não para ser desfrutado por aqueles que não tem a menor noção do sacrifício que você fez para consegui-lo;
- não é tempo para maravilhosos investimentos, por mais que possam parecer bons, eles só trazem problemas e é hora de ter muita paz e tranquilidade;
- seja um pouco egoísta;
- tenha uma vida saudável, sem grande esforço físico. Faça ginástica moderada (por exemplo, andar regularmente) e coma bem;
- sempre compre o melhor e mais bonito. Lembre-se que, neste momento, um objetivo fundamental é de gastar dinheiro com você, com seus gostos e caprichos e também do seu parceiro. Após a morte o dinheiro só gera ódio e ressentimento;
- nada de angustiar-se com pouca coisa. Na vida tudo passa, sejam bons momentos para serem lembrados, sejam os maus, que devem rapidamente ser esquecidos;
- independente da idade, sempre mantenha vivo o amor. Ame o seu parceiro, ame a vida;
- lembre-se! "Um homem nunca é velho enquanto se lhe restarem a inteligência e o afeto";
- seja vaidoso. Vá ao cabeleireiro, vá ao dermatologista, dentista e use perfumes e cremes com moderação;
- sempre se mantenha atualizado. Leia livros e jornais, ouça rádio, assista a bons programas na TV, visite a internet;
- respeite a opinião dos jovens. Muitos deles estão mais bem preparados para a vida, como nós quando estávamos na idade deles. Nunca use o termo "no meu tempo". Seu tempo é agora;
- não caia em tentação de viver com filhos ou netos. Apesar de ocasionalmente ir alguns dias como hóspede, respeite a privacidade deles, mas especialmente a sua;
- pode ser muito divertido conviver com pessoas de sua idade;
- mantenha uma atividade. Você pode viajar, caminhar, cozinhar, ler, dançar, cuidar de um gato, de um cachorro, cuidar de plantas, jogar cartas de baralho;
- faça o que você gosta e o que seus recursos permitem;
- aceite convites. Festas, formaturas, aniversários, casamentos, conferências... Visite museus, vá para o campo. O importante é sair de casa por um tempo;
- fale pouco e ouça mais. Sua vida e seu passado só importam para você mesmo. Se alguém lhe perguntar sobre esses assuntos, seja breve e tente falar sobre coisas boas e agradáveis. Jamais se lamente;
- permaneça apegado a grupos sociais;
- ria muito, ria de tudo. Você é um sortudo, você teve uma vida, uma vida longa;
- não faça caso do que dizem a seu respeito, e menos ainda do que pensam de você; 
- se alguém lhe diz que agora você não faz nada de importante, não se preocupe. A coisa mais importante já está feita: você e sua história;
- e lembre-se: "A vida é muito curta para beber um vinho ruim".

Antes de encerrar, agradeço o envio desses sábios conselhos a Benedicto Heloiz Nascimento, professor titular aposentado do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade de São Paulo e que foi também meu orientador no mestrado e doutorado feitos na mesma universidade. Ele é o responsável pela adaptação do texto, mas não conseguimos identificar o seu verdadeiro autor. Se o mesmo estiver lendo este blog, fique a vontade para faze-lo, para que eu possa dar os devidos créditos...
Crédito da imagem:
Albert Einstein em 1951: Pinterest. 

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Editorial: o momento do país



Caro leitor, tenho evitado utilizar o espaço deste blog para posicionamentos referentes à atual situação do país. Mas, infelizmente, a gravidade do que está ocorrendo hoje exige uma colocação, até por dever de ofício, sobretudo para o historiador que trata de temas referentes à história contemporânea. Contudo, neste momento, ao que parece, o que menos se deseja é debater. O que se quer, na verdade, é combater aqueles que pensam diferente ou questionam a atual ordem estabelecida. E isso é anti-democracia! 
O regime democrático liberal (e quando me refiro a ele, penso no modelo clássico desenvolvido a partir da formação dos Estados Unidos da América no século XVIII, inspirado nas ideias iluministas) que parecia estar se consolidando no Brasil há alguns anos, agora está novamente se desfazendo. Aliás, como destaca o professor Wilson do Nascimento Barbosa, do Departamento de História da USP, os golpes parecem ser uma característica permanente de nossa frágil organização como nação independente (independente?). Uma analise rápida da República brasileira, implantada em 1889, mostra isso. Aliás, a mesma já nasceu via golpe. O país fracassou no sentido de seguir o curso natural no processo político, isto é, aguardar as eleições periódicas estabelecidas em lei, a fim de se proceder às trocas de governo. Prevalece a insistência nos métodos casuísticos, autoritários e golpistas para afastar governantes ou líderes indesejáveis (mesmo amparados na vontade da maioria), vistos como tal pela parcela economicamente influente de nossa sociedade. 
E ao que parece, isso mais uma vez ocorreu no dia de ontem. Mesmo contrariando uma faixa do eleitorado que beira os 40%, de acordo com as pesquisas divulgadas pela própria mídia dominante, a qual faz campanha aberta e declarada contra um determinado líder e seu partido. O pior, com um motivo extremamente frágil e argumentos que não se sustentam, tanto que este vos escreve considera uma perda de tempo querer discutir os mesmos neste espaço. Se, pelo menos, as evidências referentes a um suposto esquema de corrupção fossem irrefutáveis, a fim de não pairar dúvidas para a nação, poderíamos levar as mesmas em consideração. Mas, não é o caso! Ah, mas e o dinheiro no exterior, as supostas empresas que controla, contas em paraísos fiscais? Não é por essas irregularidades tão características em escândalos de corrupção e que, invariavelmente, partem de denúncias feitas de fora, que o julgamento está sendo feito.
Por outro lado, os acontecimentos dos últimos dois anos promoveram uma fratura irreparável na sociedade brasileira, a qual dificilmente será superada e que levanta uma série de impasses, os quais podem tornar o regime democrático liberal incapaz de propor soluções pela via institucional, como deveria ocorrer em qualquer país dito civilizado. Por outro lado, a interferência do Poder Judiciário nas questões políticas e nos atos governamentais (mesmo no atual governo), fere de forma frontal os princípios elementares da independência dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), estabelecidos na ciência política por John Locke e Montesquieu, entre outros, há quase três séculos. 
A nossa configuração social, calcada em privilégios, não têm se mostrado receptível a qualquer tipo de reforma no sentido de sanar ou pelo menos minimizar disparidades sociais e econômicas. Ao que parece, tal condição arcaica de nossa sociedade adquire aspectos de longuíssima permanência, como se fora um projeto que foi implantado e agora, necessita de manutenção, lembrando muito os argumentos propostos pelos historiadores João Fragoso e Manolo Florentino referentes à nossa formação no início do século XIX: a do arcaísmo como projeto de nação. O grave é que tal visão que prega a intolerância e a instabilidade parece ter eco em outros segmentos sociais, os quais, apesar de serem apartados dos privilégios, pregam a manutenção e a perpetuação dos mesmos de forma vigorosa, inspirando-se num passado relativamente recente (o da ditadura civil e militar de 1964), onde apenas em uma interpretação deformada e sem critérios, pode ser visto como tendo sido algo melhor para o país e uma experiência passível de ser recuperada.
Enfim, vivemos uma ampla desordem, tanto à direita quanto à esquerda do espectro político. É de se perguntar a quem interessa tanta confusão ideológica e de informação, sobretudo no que se refere às propostas apresentadas para o país. Senão vejamos: volta dos militares, restauração da monarquia, fim do voto livre (porque o povo só elege corruptos, como se os grandes corruptos viessem do povo), parlamentarismo, governo teocrático (dos pastores), governo dos empresários... Evidente que isso nos leva a um "beco sem saída", algo que, apesar de ser uma situação dramática, parece interessar a determinados segmentos, de dentro ou talvez de fora do país. 
Com relação ao cenário para um futuro próximo? Difícil de fazer uma previsão a partir da decisão de ontem. Mas, um primeiro aspecto já pode ser creditado na conta da triste história deste país: o da injustiça. Lembrei-me do caso do ex-presidente Juscelino Kubitschek, que os militares apontavam como corrupto, logo após o golpe de 1964. Na época, a mídia chegou a descrevê-lo como um dos homens mais ricos do mundo. Também foi levado aos tribunais. Onde estão as empresas que diziam que ele controlava, as contas no exterior e os familiares beneficiados? Mas, como já observaram muitos sociólogos e filósofos, a justiça não existe para fazer justiça, mas para garantir um status quo. Ah, agora talvez consigamos acender uma luz em toda essa confusão...
Crédito da imagem: Comício pelas Diretas Já em 1984, no Anhangabaú, na cidade de São Paulo: 
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL950255-5601,00-COMICIO+QUE+DEFLAGROU+DIRETAS+JA+COMPLETA+ANOS.html

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Imagens Históricas 31: o assassinato de Emiliano Zapata



Uma das grandes figuras da história do México, o rebelde camponês Emiliano Zapata, protagonista da Revolução Mexicana iniciada em 1910 e considerado como o mais idealista entre os líderes do movimento. A rebelião surgiu como uma resistência ao ditador Porfírio Diaz, que estava sendo eleito pela oitava vez para o cargo de presidente do México, totalizando três décadas de governo. O mesmo mantinha-se no poder por meio de eleições fraudulentas, nas quais os grupos de oposição não tinham espaço para se expressar politicamente. Tudo isso em uma sociedade profundamente desigual, onde poucas famílias, grandes proprietárias de terras, desfrutavam de enormes privilégios. Como contestação a esse estado de coisas, explodiu um movimento revolucionário oriundo de uma grande mobilização social, reunindo a classe média das cidades, trabalhadores e arrendatários agrícolas, pequenos proprietários de terras endividados, indígenas e todos aqueles que viviam apartados dos benefícios econômicos e sociais, inclusive a nascente classe operária urbana. Inicialmente liderada pelo opositor liberal Francisco Madero, o movimento trouxe para o palco político novos protagonistas, provenientes das camadas populares, como o próprio Zapata e Pancho Villa. O primeiro conduzindo os seus seguidores no centro do país e o segundo reunindo suas forças mais ao norte, onde chegou a controlar boa parte dos territórios. 
A rebelião conseguiu impedir a continuidade da ditadura de Porfírio Dias, que deixou o poder em 1911. Francisco Madero venceu as novas eleições presidenciais, mas um golpe liderado pelos militares em 1913 depõe Madero, que é fuzilado. O general Victoriano Huerta assume o controle do governo em meio a uma forte mobilização das tropas arregimentadas por Pancho Villa, que passou a controlar o norte do país. Villa une-se ao líder civil Venustiano Carranza contra os militares, da mesma forma que Zapata com o seu exército de rebeldes. Por pressão do governo norte-americano (que temia o avanço da guerra civil no país vizinho) e dos rebeldes em armas, o general Huerta decide deixar o poder e o próprio México. 


Enquanto isso, Emiliano Zapata (na foto acima, de 1914) iniciou um processo de distribuição de terras aos camponeses e índios (na verdade, uma restituição, pois os mesmos haviam sido espoliados pelos grandes fazendeiros) nos territórios sob o seu controle, sobretudo no estado de Morelos. Em 1915 Venustiano Carranza, rompido com Villa, é proclamado presidente provisório do país e reconhecido pelos Estados Unidos, que inclusive envia tropas para combater o exército de Villa. Em 1917 é promulgada uma nova Constituição, avançada para aquele momento, promovendo a separação entre Estado e Igreja, colocando esta última sob a tutela do primeiro. Além disso, estabeleceu direitos aos trabalhadores, a repartição da terra e combateu os monopólios. Carranza venceu as eleições presidenciais, mas ainda sofrendo a pressão das forças populares conduzidas pelos dois líderes rebeldes que exigiam a aplicação das reformas propostas pela Constituição, sobretudo a agrária. 



Em 10 de abril de 1919, Emiliano Zapata foi convidado para uma reunião com o coronel Jesus Guajardo, que lhe oferecia apoio para a sua causa. Na verdade era uma emboscada! Zapata foi cercado e executado com vários tiros. Guajardo recebeu uma recompensa em dinheiro pela morte de Zapata. Dessa forma, o governo mexicano conseguia eliminar um ferrenho opositor que lutava pelo avanço da Revolução. Com a sua morte, o exército camponês zapatista se dispersou, mas parte do seu ideário social foi concretizado a partir de 1934, pelo presidente Lazaro Cárdenas, que implantou, de fato, uma reforma agrária no país. Zapata inspirou livros, filmes (como a produção "Viva Zapata!" de 1952, que teve Marlon Brando no papel principal, cujo cartaz original aparece acima) e o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), o qual controla atualmente uma enorme área situada ao sul do México. 



A Imagem Histórica de hoje (mais acima), mostra o corpo de Emiliano Zapata exibido à população em Cuautla, no estado de Morelos, logo após o seu assassinato, tirada pelo fotógrafo local J. Mora e muito divulgada na época, a fim de que não restassem dúvidas a respeito da morte do líder e rebelde camponês. Acima uma outra versão da foto no mesmo dia, mesmo local e tirada pelo mesmo fotógrafo. Morreu o rebelde, mas nasceu um personagem que inspirou o México contemporâneo e as lutas em prol de justiça social...
Crédito das imagens:
Fotos do corpo de Emiliano Zapata exibido em Cuautla e do mesmo  em 1914: Pinterest.
Foto da cartaz do filme Viva Zapata!: acervo do autor.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Revista Leituras da História: edição de janeiro





Caro leitor, gostaria de lembrar que se encontra em todas as bancas do país a edição de janeiro da revista Leituras da História, da editora Escala, com uma matéria assinada por nós sobre a vida de Nair de Teffé, que foi primeira-dama do Brasil e casada com o presidente Hermes da Fonseca, cujo governo foi de 1910 a 1914. Vale lembrar que o artigo procura resgatar a memória desta mulher singular, que ajudou a divulgar o samba, o maxixe, o choro e a moda de viola junto à elite carioca. Além disso, Nair foi também cartunista, sendo a primeira mulher que se tem notícia a exercer essa atividade por aqui. 
Aproveite também para ler as demais matérias da publicação, que tem uma diagramação moderna e atraente, sendo um ótimo recurso para os professores de história aprofundarem temas ou assuntos apresentados em sala de aula. Em breve, este vos escreve terá mais novidades referentes a essa revista. Aguardem! Uma ótima leitura para todos...

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

A velhice na visão de Cora Coralina



Mais uma vez abrimos espaço para as palavras sábias da cronista e poetisa vilaboense Anna Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas, mais conhecida como Cora Coralina. Vilaboense, pois natural da cidade de Goiás Velho, que um dia foi Vila Boa de Goyaz, lá nos tempos do bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva Filho (início do século XVIII), que como o pai, recebeu a alcunha de Anhanguera. Aliás, de quem Cora é descendente direta. A escritora expõe sobre a velhice em uma entrevista. Mas, deixemos Cora falar sem mais delongas: 

"O tempo passa, ninguém detém a passagem do tempo. Agora saiba viver para melhor envelhecer. [o que é viver bem?] Produzir. Não ser uma criatura inerte, parada. Não dormir de dia, sobretudo. Ler. Estar atualizada com os fatos. [quer dizer que não é pra ter medo da velhice?] Não. Não tenha medo. Não tenha medo dos anos e não pense na velhice. Não pense. E nunca diga estou envelhecendo, estou ficando velha. Eu não digo. Eu não digo estou velha, eu não digo estou ouvindo pouco - só quando preciso. Eu não digo nunca a palavra estou cansada. Nada disso, nada de palavra negativa. Quanto mais você diz estar ficando esquecida, mais esquecida fica. Você vai se convencendo daquilo e convence os outros também. Então, silêncio! Fique quieta! E não queixe doença também. Nunca diga para um visitante: 'Como vai passando? Ah... ando com uma dor agora, não ando muito bem...' Nada disso. Diga: 'muito bem, otimamente?' Não me queixo de nada. E quando tiver você uma queixa física, vá ao médico, ele é o único que tem que ouvir, ninguém mais. (...) Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado. Mas não sei se eu sou velha não. Você acha que eu sou velha?"

Só uma observação para conhecimento do leitor. Quando Cora refere-se na última linha, ao século passado, entendamos como sendo o final do século XIX. Só isso! O resto é pura sabedoria. 
A passagem acima é uma transcrição de uma entrevista feita em 1984, uma ano antes da morte de Cora Coralina e que se encontra no livro "Cora Coralina: Raízes de Aninha", de Clóvis Carvalho Britto e Rita Elisa Seda, publicado pela Editora Ideias & Letras, de 2009, páginas 342 e 343. 
Crédito da imagem de Cora Coralina: capa do livro já citado.