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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Mensagem de Ano Novo

Houve uma época...

em que as duplas não se desfaziam (na foto abaixo, Stan Laurel e Oliver Hardy: O Gordo e o Magro);




em que um professor era super-herói (na foto o professor Massao Haata: o "National Kid", 1960);






em que os carros de Fórmula 1 literalmente voavam (na foto abaixo Jackie Stewart e Graham Hill no GP da Alemanha de 1965);






em que a moça desta foto podia ser modelo (foto de calendário: Revista O Cruzeiro de 1965);






em que um filme de terror dava medo (na foto a atriz Linda Blair em O Exorcista, 1973);






em que Os Trapalhões tinham outra formação (na foto Renato Aragão, Ivon Curi, Vanderlei Cardoso e Teddy Boy Marino no programa Adoraveis Trapalhões na década de 1960);






em que um cantor tinha que rebolar para fazer sucesso ( Elvis Presley no The Milton Berle Show em 1956).






É por essas e por outras que eu adoro História.
Feliz Ano Novo para todos...


                                                                           História Mundi


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sobre uma Matéria da Revista Veja

Em sua edição de final de ano (28.12.2011) a Revista Veja publicou uma matéria sobre os 50 grandes nomes de nossa história e o legado deixado por eles, imaginando a opinião dos mesmos sobre os vários problemas que o país enfrenta hoje. Fazer uma seleção como essa é uma tarefa complicada. Um determinado personagem pode ser lembrado em uma época e esquecido em outra em função de questões políticas e ideológicas. Que o diga Tiradentes, desconhecido no período imperial do século XIX e alçado à condição de "herói nacional" com a proclamação da República em 1889. A monarquia brasileira não transformaria em herói alguém com viés republicano. Aliás, Tiradentes não foi "convocado" para a seleção da revista Veja.
Seriam muitas as escolhas feitas na matéria que poderíamos comentar, mas gostaria de me ater a duas: Getúlio Vargas e Carlos Lacerda. A propósito do primeiro, lembro-me na minha infância quando foi publicada uma coleção intitulada "Grandes Personagens da História do Brasil" (1969) pela mesma editora Abril, que hoje publica a Veja. Todos aqueles que se interessavam por História na época devem ter revirado essa coleção. Cada fascículo referia-se a uma personalidade como José Bonifácio, D. Pedro I, padre Anchieta, Pedro Alvares Cabral e outros, alcançando até a fase republicana. Contudo, sempre me perguntei o motivo da ausência de Getúlio Vargas. O interessante era que o seu padrinho político, o caudilho gaucho Borges de Medeiros, que nunca alçou a presidência da República, foi tema de um fascículo inteiro.





Nesta escolha proposta pelos articulistas da Veja, Getúlio (na foto acima ao lado de seu segurança em 1950) não está ausente, mas colocado em um plano de pouco destaque diante de outros dois ex-presidentes: Prudente de Morais e Campos Salles. Estes últimos mereceram fotos de página inteira. Um historiador preocupado com os rumos do país no período republicano não pode ignorar a importância de Getúlio Vargas, até pelo seu tempo de permanência no poder: 18 anos (com os seus dois mandatos, de 1930 a 1945 e 1951 a 1954). Por outro lado, o impulso ao processo de industrialização, a criação de empresas estatais que hoje ocupam um papel de destaque no cenário econômico do Brasil e do mundo, como a Petrobrás e a Cia. Vale do Rio Doce (já privatizada), a controversa estrutura de organização dos sindicatos e as leis trabalhistas em vigor surgiram durante o seu período de governo. Sem querer fazer um juízo de valor a respeito de suas qualidades e defeitos (que também foram muitos), é inegavel a importância de sua figura.




Com relação ao ex-deputado federal Carlos Lacerda (na foto acima visitando a Disneylandia em 1967) podemos apontar várias contradições na matéria da Veja. O texto sobre o personagem é assinado pelo eminente cientista político Bolivar Lamounier (que também assina o "verbete" sobre Getúlio) e ressalta a atuação de Lacerda como um combativo líder de oposição e que por isso deu vigor à democracia. Bem, combativo ele sempre foi. Nas palavras do próprio Lamounier, Lacerda criticou "em termos francamente golpistas" a eleição de Getúlio em 1950, foi o pivô do suicídio do mesmo em 1954, tentou impedir a posse do presidente eleito Juscelino Kubitschek em 1955, colaborou para a renúncia de Jânio Quadros em 1961 e apoiou o golpe militar em 1964, que depôs o presidente legal João Goulart. Agora, é estranho um indivíduo contribuir para a democracia tramando golpes. Basta lembrar o que veio depois de  1964.
Ainda a respeito de Getúlio Vargas, gostaria de deixar uma citação do próprio Bolivar Lamounier em uma outra obra de sua autoria:

"Dele (Getúlio Vargas) se pode dizer, sem exagero, que foi o brasileiro que mais decisivamente moldou a vida de seu país no século XX. Deputado estadual, deputado federal, ministro, governador do Rio Grande do Sul, presidente revolucionário, ditador, presidente pelo voto popular - Getúlio foi a ponte entre o Brasil antigo e o Brasil de hoje. Sua passagem pela política brasileira fez a diferença entre o Brasil arcaico, rural, de economia puramente reflexa, e o Brasil moderno, que tem seus problemas mas tem também o potencial de tornar-se uma nação progressista e civilizada."
(Lamounier, Bolívar. Os Grandes Líderes: Getúlio. São Paulo: Círculo do Livro S.A., 1988, pag. 7)

Para saber mais:

Fausto, Boris. Getúlio Vargas. Coleção Perfis Brasileiros. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Demissão de Professores

O História Mundi não gostaria de usar o seu espaço para dar tais notícias, mas infelizmente os nossos colegas professores, estudantes e pesquisadores precisam ter conhecimento de quais são os verdadeiros valores que orientam a educação no Brasil. A Faculdade Anhanguera de São Paulo anunciou a demissão de 680 professores. O motivo poderia ser a incompetência dos mesmos, mesmo se fosse isso fica em questão a competência da instituição em contratar tantos profissionais sem competência. Mas o motivo da demissão é que estes professores são competentes demais, são mestres e doutores. Um amigo meu que trabalhou nessa instituição por muitos anos me informou isso ontem e hoje os jornais estão confirmando as demissões. O Grupo Anhanguera Educacional, que recentemente adquiriu a UNIBAN, afirmou que as demissões fazem parte de um processo de "atualização". Um mestre que recebia 38 reais a hora/aula passará a ganhar 26 reais e por aí vai, a partir das novas contratações. Os que permanecerem na instituição terão as aulas reduzidas, uma vez que as aulas presenciais serão também reduzidas para os alunos. Na UniABC (também adquirida pela Anhanguera) as aulas presenciais exigidas eram 20 e agora passarão para 9. E a qualidade do ensino? Onde está o Ministério da Educação que permite isso? E os sindicatos de professores? Por favor passem essa informação adiante.
A notícia saiu na Folha de São Paulo de hoje:

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/16182-anhanguera-demite-680-professores.shtml

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Notícia Preocupante

A Secretária da Educação do Estado de São Paulo anunciou uma mudança na grade curricular do Ensino Médio para agregar as aulas de Sociologia, Filosofia e Artes. Com isso, ficam reduzidas as aulas de História e Geografia no período diurno e de Português e Matemática no período noturno. Obviamente o correto seria acomodar as novas disciplinas sem cortar as outras, mas não é isso o que foi decidido, aliás, já para o próximo ano. Todos nós sabemos da defasagem que os alunos da rede pública têm quando chegam ao vestibular e essa medida amplia ainda mais o problema. Não há nenhuma preocupação de cunho pedagógico, apenas cumprir a carga de disciplinas. Não é desta forma que o ensino público no Estado de São Paulo irá melhorar, muito pelo contrário. Com a palavra as autoridades...
O link para a notícia no jornal Folha de São Paulo está abaixo:

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A Dança dos Mapas

Atenção professores de história e geografia. Saiu hoje no UOL uma reprodução de como seriam os mapas do Brasil nos anos de 1709, 1822, 1889, 1920, 1943, 1960, 1977, 1988 e 2011. Mostram os territórios antes de se tornarem Estados e os Estados que foram divididos. Trata-se de um material importante para uma abordagem interdisciplinar História e Geografia.
O link é:

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/infografico/2011/12/02/conheca-as-principais-mudancas-que-deram-origem-aos-estados-brasileiros.jhtm
É isso aí...

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O Homem do Rifle: Charlton Heston

Nos Estados Unidos o direito do cidadão de portar armas é assegurado pela segunda emenda da constituição norte-americana. Calcula-se que o número de americanos que possuem armas em casa é equivalente ao número daqueles que têm automóvel. No século XIX, quando ocorreu a Marcha para o Oeste (Far-West), equivalente aqui no Brasil ao bandeirantismo, a arma, mais precisamente o rifle, era um recurso necessário para a sobrevivência, para a obtenção de alimentos por meio da caça e para enfrentar inimigos em um território em fase de ocupação. Mas o que justifica o porte de armas hoje, no chamado mundo civilizado e regido pelas leis? Para muitos americanos é um direito inalienavel e exatamente garantido por uma lei. Temos tido conhecimento das tragédias provocadas em escolas e universidades americanas pelo fácil acesso às armas, que podem ser adquiridas até em supermercado. Tal fato foi denunciado pelo cineasta Michael Moore em seu documentário "Tiros em Columbine" (produção de 2002 e disponível em DVD) e que gerou uma grande polêmica com Charlton Heston, que na época era presidente da Associação Nacional do Rifle. Heston foi um defensor ferrenho da segunda emenda constitucional. Estranha a trajetória do conhecido ator que em 1963 esteve presente ao famoso encontro com Martin Luther King na luta pelos direitos civis e pela igualdade entre brancos e negros ( foi nesse encontro que King proferiu a famosa frase "I have a dream...").



Na foto acima (do fotografo Enrique Meneses), da esquerda para a direita estão Burt Lancaster (praticamente oculto), Charlton Heston, Marlon Brando (que na década de 1970 se notabilizou pela defesa das populações indígenas, mas isto já é assunto para outro post) e Sammy Davis Jr.. Nosso amigo defensor das armas estava em boa companhia e por uma boa causa, bem diferente da foto abaixo.

      
Nesta última, Charlton Heston é condecorado pelo amigo número um das armas, George Bush, com a medalha da liberdade em 2003 (ora, no mesmo ano da invasão ao Iraque). Todos os professores de História, como eu, lembram-se de Heston em função de seus personagens de época, como Moisés, Ben Hur (pelo qual ganhou um Oscar), Miguel Angelo e outros.   O ator faleceu em 2008. Vocês não acham que ele podia ter passado sem essa?                              

domingo, 11 de dezembro de 2011

Vai dividir ?

Neste domingo está sendo realizado o plebiscito que poderá definir pela criação de dois novos Estados: Tapajóz e Carajás. Uma das justificativas defendidas pelos adeptos da divisão é o de que o poder público não consegue atender às demandas das localidades mais afastadas da capital, Belém. Outro argumento é o de que as riquezas geradas na Serra dos Carajás, como o minério de ferro, acabam saindo sem beneficiar a região. Por outro lado, um estudo divulgado pelo IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) afirma que as novas unidades já iriam nascer com um grande déficit orçamentário, resultante da instalação das novas administrações e que tal déficit teria que ser coberto mais tarde com recursos do Governo Federal. Ao mesmo tempo, a mina de ferro de Carajás, com ou sem a divisão, continuará a ser explorada por uma empresa privada, a Cia. Vale do Rio Doce. Será que vale a pena retaliar o atual Estado do Pará? Em tempo, pesquisa divulgada pelo Instituto Data Folha aponta a vitória do "não" para a divisão.





Ainda com relação ao tema, divulgo acima uma foto da antiga Marabá (1929) e de seu porto, na época em que a cidade ainda era conhecida pela castanha-do-pará (fonte: Casa de Cultura de Marabá). Caso a divisão se concretize, Marabá seria a possível capital do Estado de Carajás.

História Mundi

Este blog foi criado com a finalidade de divulgar estudos, pesquisas e informações relacionadas aos estudos históricos e também às ciências humanas em geral. Nossa proposta é servir como uma ferramenta para o trabalho de professores, estudantes e pesquisadores. O seu criador, o professor e pesquisador José Jonas Almeida (ou simplesmente prof. Jonas), trabalha também com assuntos relacionados à história da Amazônia: o seu processo de ocupação, as populações tradicionais e o extrativismo vegetal.