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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Imagens Históricas 55: Qual o caminho para Moscou?



Existe uma controvérsia com relação à Operação Barbarossa, a invasão alemã à União Soviética, desencadeada em junho de 1941 pelo ditador alemão Adolf Hitler. Historiadores ocidentais atribuem o fracasso do ataque contra Moscou, ao interesse de Hitler em ocupar a Ucrânia (ao sul da União Soviética) e o seus centros industriais (região do Donbass), o que teria desviado parte das forças do Exército Alemão do Centro para esta república soviética, incapacitando a Wehrmacht (Forças Armadas Alemãs) para a tomada da capital. Já os antigos historiadores soviéticos e muitos dos atuais sovietólogos colocam um peso maior na capacidade de luta do Exército Vermelho, na liderança exercida pelo dirigente Josef Stálin (que não abandonou em nenhum momento a cidade) e na mobilização da população civil promovida pelo Partido Comunista. Como ocorria na mesma época no cerco a Leningrado (atual São Petersburgo), os moscovitas escavaram linhas de defesa em torno da cidade. Os inimigos conseguiram alcançar os povoados mais próximos de Moscou, há apenas 60 quilômetros de distância. Num primeiro momento, houve pânico e muitas famílias chegaram a fugir a pé, quando tomaram conhecimento da proximidade das forças alemãs. Houve inclusive saques a depósitos de alimentos e lojas. Mas a calma acabou por prevalecer à medida em que reforços de soldados foram sendo trazidos do interior (até da Sibéria), equipamentos militares começaram a chegar por via férrea para atender as frentes de combate e principalmente, quando as autoridades impuseram medidas como toque de recolher e restrições à circulação de pessoas. O racionamento foi estabelecido para que não faltassem alimentos. No início de 1942 a situação começou a ficar sob controle. Na foto acima de 1941, dois oficiais alemães parecem consultar um mapa para verificar a distância que faltava para alcançar a capital soviética, cuja direção está indicada na placa em alemão. Como se sabe, a Werhmacht jamais conseguiu chegar até lá...

Crédito da imagem:

The Pictorial History of World War II de Charles Messenger, JG Press, página 72. 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Charles Dennis Buchinsky (1921-2003)

 

Se você já assistiu um filme com o ator acima, ainda quando ele usava o nome de Charles Buchinsky, você deve redobrar os cuidados com a covid-19. Ao sair de seu domicílio privado, utilize máscara, mantenha um rigoroso distanciamento social evitando aglomerações, inclusive dentro da própria família. Higienize as mãos quando sair e voltar para casa, com álcool gel ou sabão. Falta pouco para você ser vacinado e não é agora que irá relaxar com os cuidados, não é mesmo? 

Crédito da imagem: Wikipédia

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Dica de Leitura: "As Entrevistas de Putin" de Oliver Stone

 



No vídeo acima, o historiador José Jonas Almeida comenta o livro "As Entrevistas de Putin" de Oliver Stone (editora Best Seller, 2017) e recomenda a sua leitura para aqueles interessados em compreender o mundo atual e os meandros da política internacional... 

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Imagens Históricas 54: Trotsky e Stálin na mesma foto?


Caro leitor (a), já tivemos a oportunidade de publicar uma imagem mostrando os dois protagonistas da Revolução Russa de 1917, Leon Trotsky e Josef Stálin, juntos, na postagem "Stalin e a formação da União Soviética parte 2" (ver a mesma em nosso blog). Na verdade, tratava-se de uma cena captada de um filme feito no funeral de Felix Dzherzinsky, chefe da Polícia de Estado Soviética, em 1926. Eis agora que nos deparamos com esta foto, a qual segundo informações obtidas no site Getty Images e na revista Time foi tirada em Petrogrado (atual São Petersburgo) no mesmo ano da revolução, ou seja, em 1917. Ao que parece, a figura em uniforme militar, de óculos e com o braço direito erguido em forma de saudação, que se encontra do lado esquerdo, parece ser mesmo de Leon Trotsky (1879-1940), um dos comandantes do movimento revolucionário e que teve papel de destaque na formação do Exército Vermelho, durante a guerra civil que se seguiu à tomada do poder pelos bolcheviques (comunistas). Já do lado direito, também com o braço levantado e de bigode, parece ser Josef Stálin (1878-1953), o líder do Partido Comunista, que sucedeu a Lênin (o pai da grande revolução) no comando político da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). É até possível que não seja Stálin, mas a semelhança é grande. Como se sabe, Leon Trotsky e seu grupo oposicionista foram afastados do governo e colocados na condição de inimigos da revolução. Trotsky foi exilado e acabou assassinado no México, em 1940, em uma operação articulada a partir do próprio governo soviético e de seus serviços de inteligência espalhados no exterior. A orientação para a sua eliminação teria partido do próprio Stálin. Considerado um ditador sanguinário para muitos, uma figura controversa para alguns e até herói para outros, foi sob a liderança deste último que a URSS se consolidou como potência econômica e militar, conseguindo derrotar as forças alemãs na Segunda Guerra Mundial. 

O assassinato de Trotsky deixou uma ferida no movimento comunista internacional, que até hoje não foi cicatrizada, se é que um dia poderá ser. Porém, dentro da atual Rússia, boa parte da população considera que Stálin foi uma liderança importante na Grande Guerra Patriótica (nome pelo qual a Segunda Guerra é conhecida lá), da qual a URSS se saiu vitoriosa. O próprio líder atual da Federação Russa, presidente Vladimir Putin, vê o ex-líder soviético como uma figura que agiu de acordo com as circunstâncias da época, para o bem e para o mal, da mesma forma que outros governantes, como Napoleão e Bismarck, que agiram em defesa de seus países (França e Alemanha, respectivamente) com o poder e as armas de que dispunham...

Crédito da Imagem:

https://time.com/4798229/1917-russian-revolution-excerpt/

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Batalha de Stalingrado: relato de um oficial alemão

 

Uma batalha travada na virada de 1942 para 1943, em pleno inverno russo, que se constituiu num dos momentos cruciais da Segunda Guerra Mundial e da campanha militar promovida por Adolf Hitler, cujo objetivo era dominar a União Soviética (na foto acima, soldado alemão na Rússia, sob a temperatura de -35ºC). A vitória nesse confronto específico colocaria o Terceiro Reich (Império Alemão) diante dos campos de petróleo da região do Cáucaso, cadeia de montanhas no extremo sul da antiga União Soviética (hoje partes da Armênia, Geórgia, Azerbaijão e Federação Russa). Mas, como dizia o poeta, no meio do caminho havia uma "pedra", a cidade que carregava o nome do então líder soviético Josef Stálin e que ficava na margem direita do rio Volga, uma via fluvial importante, navegável e estratégica para quem a controlasse: Stalingrado (atual Volgogrado). Para defender a área urbana do intenso bombardeio alemão, os soldados do Exército Vermelho ocuparam cada rua, cada fábrica, cada quarteirão e cada casa da cidade, que se encontrava em escombros. E isso sob um frio que chegou a alcançar -40ºC. A resistência dos soldados soviéticos possibilitou o tempo necessário para a chegada do reforço vindo do leste, com material bélico que acabava de sair das fábricas instaladas no interior da União Soviética e na Sibéria, inclusive de 450 tanques T-34 novos. Esse blindado era considerado imbatível e foi sendo aperfeiçoado ao longo do conflito, sobretudo no tempero do aço para a blindagem. O comando do Exército Vermelho estava a cargo do célebre general e depois marechal Georgy Zhukov. 

Em 2 de fevereiro de 1943, cercado na retaguarda e nos flancos (pelos lados), sem possibilidade de receber reforços e suprimentos por terra e pelo ar, com os soldados exauridos no frio intenso, o Marechal de Campo Von Paulus aceitou a rendição, contrariando as determinações de Adolf Hitler de resistir. O frio derrotou os alemães? Os antigos historiadores soviéticos e russos contestam veementemente isso, afirmando que o inverno prejudicou os dois lados. Os mesmos também destacam a coragem dos soldados soviéticos e o abnegado desejo de defender a pátria. Dos 250 mil soldados alemães sitiados em novembro do ano anterior, apenas a metade conseguiu sobreviver e destes apenas 10 % retornou à Alemanha ao final da guerra. 

Abaixo temos um relato de um tenente alemão da 24ª Divisão Panzer (de tanques) feito após o conflito. Infelizmente não temos o nome desse oficial: 

"Para tomar uma única casa, lutamos quinze dias, lançando mão de morteiros, granadas, metralhadoras e baionetas. Já no terceiro dia, 54 cadáveres de soldados alemães estavam espalhados pelos porões, pelos patamares e pelas escadas. Nossa frente é um corredor ao longo de quartos incendiados ou o forro entre dois pavimentos. Pelas chaminés e escadas de incêndio das casas vizinhas é que chegam os reforços. A luta não cessa nunca. De um andar para o outro, rostos enegrecidos pelo suor, nós nos bombardeamos uns aos outros com granadas, em meio a explosões, nuvens de poeira e de fumaça, montes de argamassa, em meio ao dilúvio de sangue, aos destroços de mobiliário e de seres humanos. Perguntem a qualquer soldado o que significa meia hora de luta corpo a corpo numa peleja desse tipo. Depois imaginem Stalingrado - oitenta dias e oitenta noites só de luta corpo a corpo. As ruas já não se medem por metros, mas por cadáveres (...). Stalingrado já não é mais uma cidade. Durante o dia não passa de uma imensa nuvem de fumaça, que cega e queima, uma enorme fornalha iluminada pelo reflexo das labaredas. Depois, quando a noite chega, uma daquelas noites causticantes, de sangue e de gemidos, os cães se lançam às águas do Volga e nadam desesperadamente para chegar à outra margem. Até os animais fogem deste inferno, que as pedras mais duras não conseguem suportar por muito tempo só os homens ainda resistem."

O relato foi extraído de "Stalingrado", artigo do historiador militar britânico Alan Clark e que está contido na coleção História do Século 20 Abril Cultural, volume 5, 1975, página 2045. 

Crédito da imagem: 

The Pictorial History of World War II de Charles Messenger. JG Press, página 77.