Já está disponível o livro "A Castanha do Pará na Amazônia: Entre o extrativismo e a domesticação", de minha autoria e publicado pela Paco Editorial. Trata-se do trabalho originário de nossa tese de doutoramento em História Econômica defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) em 2014.
A extração da castanha-do-pará, conhecida no exterior como Brazil nut, se constituiu numa das atividades mais importantes e tradicionais da Amazônia. A amêndoa (semente da castanheira) é apreciada nos Estados Unidos e na Inglaterra, sobretudo nas festividades de final de ano, como o Halloween e o Natal. Desde a primeira metade do século XIX, os ingleses tentaram controlar a domesticação da planta, a partir do Real Jardim Botânico de Londres. Mas, ao contrário do que ocorreu com a seringueira, a Bertholletia excelsa (designação científica da castanheira) não mostrou boa adaptação fora das condições naturais e ecológicas da floresta amazônica. O êxito no processo de domesticação, a fim de possibilitar o seu cultivo, coube aos cientistas e agrônomos brasileiros. Desde a década de 1970, o desmatamento da floresta amazônica contribuiu para que o Brasil perdesse a condição de maior produtor, cabendo hoje tal posição à Bolívia.
A extração da castanha-do-pará, conhecida no exterior como Brazil nut, se constituiu numa das atividades mais importantes e tradicionais da Amazônia. A amêndoa (semente da castanheira) é apreciada nos Estados Unidos e na Inglaterra, sobretudo nas festividades de final de ano, como o Halloween e o Natal. Desde a primeira metade do século XIX, os ingleses tentaram controlar a domesticação da planta, a partir do Real Jardim Botânico de Londres. Mas, ao contrário do que ocorreu com a seringueira, a Bertholletia excelsa (designação científica da castanheira) não mostrou boa adaptação fora das condições naturais e ecológicas da floresta amazônica. O êxito no processo de domesticação, a fim de possibilitar o seu cultivo, coube aos cientistas e agrônomos brasileiros. Desde a década de 1970, o desmatamento da floresta amazônica contribuiu para que o Brasil perdesse a condição de maior produtor, cabendo hoje tal posição à Bolívia.
O livro percorre a história do produto, a sua importância para as populações da Amazônia, o difícil e perigoso trabalho de extração do fruto, o processamento e beneficiamento do mesmo e as possibilidades que a castanha-do-pará ainda oferece, sobretudo na indústria de cosméticos e de alimentos. A exploração da castanha constituiu-se, sobretudo nas décadas de 1920 e 1930, em importante alternativa econômica para a região, sobretudo após o declínio da borracha. A castanha-do-pará chegou a superar a goma elástica como principal produto da Amazônia.
Durante muito tempo existiu o temor que acontecesse com a castanha-do-pará o mesmo que ocorreu com a seringueira, ou seja, que tivesse as suas sementes contrabandeadas para o exterior e que a planta fosse domesticada em outro lugar. O que não se sabia, e eu revelo isso nesse trabalho, é que as sementes da castanheira-do-pará já haviam sido levadas para fora antes mesmo da seringueira. Várias tentativas foram feitas pelos ingleses a fim de conseguir a domesticação da castanheira, com sementes levadas para a Jamaica, Trinidad e Tobago e, finalmente, para o Real Jardim Botânico de Kew, em Londres, ainda no século XIX. Dos viveiros desse jardim, as sementes foram enviadas para o Ceilão (atual Sri Lanka), para a Malásia e até para a Austrália (na foto acima, o fruto da castanheira que contém as sementes ou castanhas, obtidas em cultivo experimental na Malásia). Contudo, a castanheira da Amazônia não mostrou boas condições de adaptação e produção de frutos fora de seu ambiente natural, ou seja, a própria floresta amazônica. Algo bem diferente do que ocorreu com a seringueira.
Apesar das tentativas iniciais de domesticação da planta não apresentarem bons resultados, algo que foi realizado em definitivo pelos técnicos e engenheiros agrônomos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a amêndoa ou castanha propriamente dita fez sucesso no exterior. Presente no mercado inglês desde o final do século XVIII e no norte-americano no início do seculo seguinte, a castanha-do-pará participa, ao lado das outras amêndoas e nozes, do grupo de produtos associados às festas de final de ano e também como complemento de pratos em geral, como assados, suflês, bolos, doces e chocolates (na foto acima, livreto de receitas utilizando a castanha-do-pará publicado nos Estados Unidos na década de 1940).
O livro também descreve as várias tentativas de melhorar o beneficiamento e o aproveitamento do produto a nível interno, algo que apenas recentemente tem sido obtido. Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em função do bloqueio do mercado externo, algumas campanhas foram realizadas para tornar a castanha-do-pará mais conhecida dos brasileiros do sul (na foto acima, o presidente Getúlio Vargas observa o ouriço ou fruto da castanheira, durante visita feita ao Pará em 1940). Por décadas o município de Marabá, no sudeste do estado do Pará, foi o grande centro produtor de castanhas.
Em breve o livro estará disponível nas livrarias e o lançamento oficial será comunicado aos amigos leitores. Mas para aqueles já interessados em adquirir a obra, é só entrar no site da Paco Editorial:
http://editorialpaco.com.br/
Ao entrar clique na Livraria Virtual e acesse o livro pelo título ou autor.
Crédito das Imagens:
Extraídas do livro "A Castanha do Pará na Amazônia: Entre o extrativismo e a domesticação" de José Jonas Almeida. Paco Editorial, 2016, pags. 185 (livro de receitas), 230 (frutos da castanheira-do-pará obtidos na Malásia) e 286 (Getúlio Vargas segura o ouriço ou fruto da castanheira-do-pará).
Durante muito tempo existiu o temor que acontecesse com a castanha-do-pará o mesmo que ocorreu com a seringueira, ou seja, que tivesse as suas sementes contrabandeadas para o exterior e que a planta fosse domesticada em outro lugar. O que não se sabia, e eu revelo isso nesse trabalho, é que as sementes da castanheira-do-pará já haviam sido levadas para fora antes mesmo da seringueira. Várias tentativas foram feitas pelos ingleses a fim de conseguir a domesticação da castanheira, com sementes levadas para a Jamaica, Trinidad e Tobago e, finalmente, para o Real Jardim Botânico de Kew, em Londres, ainda no século XIX. Dos viveiros desse jardim, as sementes foram enviadas para o Ceilão (atual Sri Lanka), para a Malásia e até para a Austrália (na foto acima, o fruto da castanheira que contém as sementes ou castanhas, obtidas em cultivo experimental na Malásia). Contudo, a castanheira da Amazônia não mostrou boas condições de adaptação e produção de frutos fora de seu ambiente natural, ou seja, a própria floresta amazônica. Algo bem diferente do que ocorreu com a seringueira.
Apesar das tentativas iniciais de domesticação da planta não apresentarem bons resultados, algo que foi realizado em definitivo pelos técnicos e engenheiros agrônomos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a amêndoa ou castanha propriamente dita fez sucesso no exterior. Presente no mercado inglês desde o final do século XVIII e no norte-americano no início do seculo seguinte, a castanha-do-pará participa, ao lado das outras amêndoas e nozes, do grupo de produtos associados às festas de final de ano e também como complemento de pratos em geral, como assados, suflês, bolos, doces e chocolates (na foto acima, livreto de receitas utilizando a castanha-do-pará publicado nos Estados Unidos na década de 1940).
O livro também descreve as várias tentativas de melhorar o beneficiamento e o aproveitamento do produto a nível interno, algo que apenas recentemente tem sido obtido. Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em função do bloqueio do mercado externo, algumas campanhas foram realizadas para tornar a castanha-do-pará mais conhecida dos brasileiros do sul (na foto acima, o presidente Getúlio Vargas observa o ouriço ou fruto da castanheira, durante visita feita ao Pará em 1940). Por décadas o município de Marabá, no sudeste do estado do Pará, foi o grande centro produtor de castanhas.
Em breve o livro estará disponível nas livrarias e o lançamento oficial será comunicado aos amigos leitores. Mas para aqueles já interessados em adquirir a obra, é só entrar no site da Paco Editorial:
http://editorialpaco.com.br/
Ao entrar clique na Livraria Virtual e acesse o livro pelo título ou autor.
Crédito das Imagens:
Extraídas do livro "A Castanha do Pará na Amazônia: Entre o extrativismo e a domesticação" de José Jonas Almeida. Paco Editorial, 2016, pags. 185 (livro de receitas), 230 (frutos da castanheira-do-pará obtidos na Malásia) e 286 (Getúlio Vargas segura o ouriço ou fruto da castanheira-do-pará).
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