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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Imagens Históricas 2: Joana D'Arc





Nossa imagem de hoje é um desenho representando a grande heroina francesa da Guerra dos Cem Anos: Joana D'Arc. Muitos vão estranhar a ilustração que é diferente daquelas que aparecem nos manuais de História e que representam, na maioria das vezes, a visão romântica dessa figura, idealizada nas pinturas do século XIX.
A importância desse desenho (foto acima) reside no fato de se tratar do único retrato conhecido feito durante a vida da personagem, datado de 1429, dois anos antes de sua morte na fogueira. Mesmo assim é um retrato imaginário, pois o autor do desenho não a conheceu pessoalmente. Trata-se do pergaminho de Clement de Faunquembergue, uma narrativa da recuperação da cidade de Orléans, que estava sitiada pelos ingleses na referida guerra e que se encontra no Arquivo Nacional da França em Paris.
Como sabemos, a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), embora não tenha sido uma guerra continua entre ingleses e franceses, houve intervalos e tréguas, inclusive durante o irrompimento da Peste Negra, começou a ter uma definição a partir da atuação da jovem camponesa, que se dizia guiada pelos santos e por Jesus, que a incitavam a participar da guerra. Apresentou-se ao delfim (príncipe francês) Carlos e depois de examinada por membros da Igreja para que ficasse comprovado que era pura e donzela (virgem), foi encaminhada com uma pequena tropa para os campos de batalha. Após a vitória sobre os ingleses em Orléans, conseguiu sagrar o delfim como rei, com o título de Carlos VII da França. Capturada depois pelos borgonheses (aliados dos ingleses) foi considerada herege por um tribunal religioso e queimada em uma fogueira em Rouen.
Um quarto de século depois a própria Igreja alterou a sentença e em 1920 foi canonizada e declarada santa. Ela acabou por se tornar uma heroína nacional e sempre é lembrada em momentos de dificuldade como símbolo do nacionalismo francês, como ocorre atualmente diante da crise econômica européia. Não é por outro motivo que no início de janeiro deste ano, o presidente francês Nicolas Sarkozy fez questão de visitar a pequena cidade onde a "donzela" teria nascido e os locais por onde passou, para lembrar os 600 anos de nascimento da heroína. Atualmente, Joana D'Arc está se convertendo em uma espécie de "musa" da extrema direita francesa e de seu partido, a Frente Nacional, que inclusive terá uma mulher como candidata a presidente neste ano, Marine Le Pen.

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