Nesta
última quinta-feira, dia 02.02, pudemos conferir a magnífica exposição sobre a
Roma Imperial no Museu de Arte de São Paulo (MASP). As peças apresentadas, em
torno de 300, são inéditas no Brasil (mas não na Argentina, onde pude ver uma
parte desse acervo no Museu Nacional de Belas Artes em uma
mostra que não veio para o Brasil, em 1999). As peças são procedentes dos museus mais importantes da
Itália como o Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, Galeria Uffizi de
Florença, Museu Nacional de Roma entre outros.
A apresentação abrange basicamente os séculos I, II e III da nossa era ou o que corresponde ao
Alto Império Romano. Destaque especial para os imperadores que governaram Roma nesse
período, conhecidos principalmente através das crônicas dos antigos historiadores latinos, como Suetônio e Tácito, que se referiram a algumas dessas personalidades como cruéis assassinos. É o caso de Nero, que teria ordenado a morte de sua própria mãe Agripina, que aliás está presente na mostra com uma cabeça feita em mármore. Uma curiosidade que parece confirmar as descrições existentes sobre o imperador matricida é a evolução de sua obesidade ao longo dos anos. As suas representações em bustos e nas moedas que estão expostas indicam isso. Portanto, está confirmada a fama de Nero como glutão.
Augusto, Tibério, Calígula e Nero que compuseram a Dinastia Julio-Claudiana do início da era imperial, estão bem representados na estatuária da época. O melhor exemplo é o de Calígula, com uma imagem feita em tamanho natural vestido como comandante militar (foto acima, uma das "vedetes" da mostra). Uma cabeça colossal de Júlio César e
os bustos de outros imperadores, como por exemplo Adriano (colocado na exposição bem ao lado de seu amante Antínoo) fazem parte da seção referente aos governantes que criaram o regime imperial mantendo as antigas instituições da era republicana, como o famoso Senado (assembléia dos aristocratas).
A organização
econômica e social da Antiga Roma faz parte de uma outra seção da mostra onde
se destacam as moedas (na foto acima, uma moeda de ouro representando Nero), os instrumentos de trabalho dos escravos e dos artesãos (a aristocracia desprezava o tabalho manual), o comércio marítimo romano, que abrangia a bacia do mar Mediterrâneo.
Em relação ao cotidiano, os espetáculos no circo romano não poderiam ficar de fora, com as armas, os elmos (capacetes) e as proteções usadas pelos antigos gladiadores nos espetáculos de luta da arena romana.
Estátuas de figuras divinas e mitológicas, como o Júpiter da foto acima, mostram aspectos da religião e até a influência dos cultos orientais, como os do Egito, que foi conquistado por Roma na fase inicial do Império após a morte da rainha Cleópatra. A vida doméstica das famílias aristocráticas, objetos utilizados na mesa durante as refeições,
móveis, um rico acervo de jóias e pinturas compõem o restante da preciosa mostra.
Pelo seu
ineditismo e preciosidade dos objetos que vieram ao Brasil, o História Mundi
afirma que vale a pena conferir. A mostra é um aperitivo para outras
exposições que estão previstas ainda neste ano: a do pintor
italiano Caravaggio e a aguardada exposição de Leonardo da Vinci
(será???). Quando chegarem, o História Mundi estará lá para conferir.
Para ver:
Roma: a
vida e os imperadores.
MASP: Avenida Paulista , 1578 - São Paulo - SP.
De 25 de
janeiro a 22 de abril de 2012.
De terça
a Domingo, das 11h às 18h.
Quinta-feira,
das 11 às 20 h.
E atenção
moçada:
Terças:
entrada gratuita.
Entradas: 15 reais (inteira) e 7
(meia). Adultos com mais de 60 anos não pagam.
Essa exposição foi maravilhosa!
ResponderExcluirQuando será que teremos uma nova exposição da antiguidade???
Ou quando teremos outra dos séculos XVI, XVII, XVIII, XIX?
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